Varzelândia
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | varzelandense[1] | ||
Localização | |||
Localização de Varzelândia em Minas Gerais | |||
Localização de Varzelândia no Brasil | |||
Mapa de Varzelândia | |||
Coordenadas | 15° 42′ 03″ S, 44° 01′ 40″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Minas Gerais | ||
Municípios limítrofes | Verdelândia, São João da Ponte, Ibiracatu e Jaíba.[2] | ||
Distância até a capital | 590 km | ||
História | |||
Fundação | 3 de março de 1962 (62 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Valquíria Rodrigues Cardoso (MDB, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 814,994 km² | ||
População total (censo IBGE/2022[1]) | 18 840 hab. | ||
Densidade | 23,1 hab./km² | ||
Clima | Semiárido | ||
Altitude | 761 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
CEP | 39450-000 a 39454-999[3] | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010 [4]) | 0,594 — baixo | ||
• Posição | 4284° | ||
PIB (IBGE/2012[5]) | R$ 108 773 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2012[5]) | R$ 5 692,54 | ||
Sítio | varzelandia.mg.gov.br (Prefeitura) camaravarzelandia.mg.gov.br (Câmara) |
Varzelândia é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população recenseada em 2022 era de 18 840 habitantes.[1]
História
[editar | editar código-fonte]A povoação da região onde hoje se encontra Varzelândia está ligada a colonização do norte de Minas e ao Ciclo do Boi, quando os rebanhos vinham do norte do país pelo rio São Francisco abastecer as mineradoras.
Com esse processo surgiram várias fazendas, e Varzelândia - a cidade das várzeas - dai se originou. Dentre os seus fundadores, Josué Soares dos Reis, Gregório Gomes Ferreira, Melquíades Francisco Borges, Santos Gonçalves de Sousa, Bernardo Vermelho e João Borges Rego foram os principais. A origem do município está no distrito de São João da Ponte, do qual Varzelândia se emancipa em 3 de março de 1962.
Quilombolas e assentamentos
[editar | editar código-fonte]Localizados nas margens do rio Arapuim, afluente da margem esquerda do rio Verde Grande, na divisa dos municípios de São João da Ponte e Varzelândia, no Norte de Minas Gerais, a história de Brejo dos Crioulos é uma história que ainda não consta da historiografia dos brancos que ocuparam o Norte de Minas desde dos primórdios da colonização portuguesa, nos idos do século XVI.
Conforme relatos, desde meados do Século XVII, negros fugidos da escravidão passaram a se fixar às margens da Lagoa Peroba, existente na vazante do médio ribeirão Araquém. A ocupação dessa área foi possibilitada pela existência de brejo na vazante do referido ribeirão, propícia à proliferação da maleita, que a tornava imprópria para brancos e indígenas.Com o passar do tempo, muitos outros negros fugidos se dirigiram para a área, aumentando a população que no final do Século XIX era de 38 troncos familiares. Nesse contexto, as famílias aqui localizadas desenvolveram um sistema peculiar de organização social, cultural e produtiva, baseada em heranças africanas, indígenas e portuguesas.
A partir dos anos 1960, com a expansão agrícola no Norte de Minas, fazendeiros utilizando-se de recursos violentos, como jagunços armados, passaram a grilar e a tomar as terás de diversas famílias herdadas de seus ancestrais, utilizando o artifício da venda forçada, conforme diversos estudiosos da região.
No caso de Brejo dos Crioulos, algumas famílias mudaram-se para outras localidades e, outras, se fixaram em 'terra de santo', existente na localidade (Terra de Santo constitui-se de uma gleba de terra doada a Bom Jesus por um dos moradores como pagamento de promessa. Com a expulsão de diversas famílias das terras de seus ancestrais, muitos dos membros da comunidade, não querendo afastar do território, onde sempre viveram passaram a ocupar essa gleba. Tal ocupação deu origem ao povoado de Araruba, onde residem os deserdados da terra.)
Geografia
[editar | editar código-fonte]O Varzelândia está localizada entre o Rio São Francisco e Rio Verde Grande e ao sul pelo Rio Arapuim. O município tem a altitude média de 761 m.
A região encontra-se num ambiente de transição entre o cerrado e a caatinga, fornecendo um variado padrão de subsistência, e tem como rio mais importante o Verde Grande, afluente da margem direita do São Francisco. As elevações da serra do Sabonetal ─divisor de águas entre o São Francisco e o Verde Grande─ amenizam o clima em certas zonas onde ocorre floresta latifoliada tropical.
O relevo apresenta formação da série Bambuí, cujos paredões calcários caracterizam-se por grande quantidade de aberturas de formas irregulares (abrigos, cavernas ou lapas, como são localmente conhecidas), outrora escavadas por rios de considerável volume d’água, hoje reduzidos a córregos. É nestas formações que se localiza a maioria dos sítios arqueológicos, sejam eles temporários ou de ocupação prolongada.
Sítios arqueológicos
[editar | editar código-fonte]A região se destaca pela grande quantidade de sítios arqueológicos. Existem aproximadamente 50 sítios cadastrados, até o momento, pela equipe do Instituto de Arqueologia Brasileira - IAB, dentre os quais 11 foram selecionados e escavados no âmbito do Programa de Pesquisas Arqueológicas em Grutas do Estado de Minas Gerais.
Nomes de alguns sítios: Aldeia de Macaúbas, Lapa da Pintura, Lapa do Mutambal, Lapa do Piquenique, Lapa do Vicente, Macaúba I e II, /Lapa de Macaúbas, Gruta de Carrancas I, Lapa do Urubu. Sítio Boqueirão Soberbo apresenta os mais antigos vestígios de horticultura no país.
Arte Rupestre
[editar | editar código-fonte]Apesar da arte rupestre estar em todo aquele Estado, é em Varzelândia que ela chama mais atenção. A caverna brasileira é a conhecida Lapa da Lagoa. Ali, segundo estudos já feitos, o homem viveu há perto de 10000 anos e deixou pintadas nas paredes, com tinta vermelha e preta, imagens de alguns animais, do Sol, da Lua, e figuras semelhantes a discos voadores.
A partir de 1970, com o início do Programa de Pesquisas no Vale do São Francisco, o Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) vem localizando ao longo do curso do rio uma série de sítios arqueológicos. As pesquisas terminaram por concentrar-se em três diferentes regiões do território mineiro: a Serra do Cabral, no centro do Estado, Varzelândia, ao norte, e Unaí, a noroeste. A arte rupestre de cada uma destas regiões apresenta diferenças quanto à técnica de execução, estilo, tratamento, temática e concentração das figuras.
Solo
[editar | editar código-fonte]Solo de calcário arenoso, de boa fertilidade, terras profundas e de boa drenagem. São latossolos originados de rochas calcárias. O solo da várzea é muito propício para o cultivo de cana-de-açúcar. A região norte do estado de Minas Gerais tornou-se um grande produtor de cana-de-açúcar, o que propicia um novo rumo na economia da região.
Fauna
[editar | editar código-fonte]Os animais mais comuns da região são Preá, soim, corrupião, onça-parda, tamanduá-mirim. Espécies de anfíbios como sapo-boi.
Economia
[editar | editar código-fonte]A agropecuária é a base da sua atividade econômica , seguida por forte participação no comércio.
Pecuária
[editar | editar código-fonte]Segundo IBGE em 2014 o município possuía em cabeças: 27.978 Bovinos, 16.113 Galinhas, 3.977 Suínos, 1.518 Equinos, 316 Caprinos e 220 Ovinos. O gado é destinado ao corte e a produção de leite.
Extração Vegetal
[editar | editar código-fonte]As extrações residem mais no campo do carvão (535 toneladas), lenha (9.650 toneladas) e madeira em tora (48 Metros cúbicos).
Lavoura
[editar | editar código-fonte]De acordo com a produção agrícola de 2014, as lavouras permanentes são de banana, laranja, e as temporárias são de alho, amendoim, arroz, cana-de-açúcar (14.040 toneladas), fava, feijão, mandioca (6.090 toneladas), milho (210 toneladas) e Sorgo.
Indústria
[editar | editar código-fonte]Existe o alambique Cachaça da Várzea que foi a primeira fábrica da cidade que hoje exporta cachaça/pinga para outras partes do Brasil.
Comércio
[editar | editar código-fonte]Comércio em franco crescimento, contando com quatro supermercados, vários mercados, mercearias, açougues, padarias, lojas de roupas, calçados e móveis, bem como dois postos de gasolina, vídeo locadoras, academias de musculação, casa de jogos e funerárias. O município possui um Mercado Municipal, onde os produtores locais se reúnem para vender seus produtos.
Mídia
[editar | editar código-fonte]Existem três rádios na cidade, a primeira foi a Nova FM fundada por Rubens Fagundes.
Turismo
[editar | editar código-fonte]A cidade recebe várias visitantes no período de férias do final do ano e nas Festas de Agosto e também alguns espeleólogos e ufólogos que visitam os mais de 20 sítios arqueológicos da região.
Festas
[editar | editar código-fonte]Em 3 de Março é comemorado o aniversário de emancipação da cidade e a Padroeiro, Bom Jesus é celebrado no dia 15 de agosto, ocorrendo, neste período, a Festa do Senhor Bom Jesus de Varzelândia. Durante os festejos são realizadas procissões, leilões, missas, batizados e a grande vaquejada que conta com muitos visitantes e corredores de todos os estados brasileiros.
Frota (2014)
[editar | editar código-fonte]- Automóvel: 1.285
- Caminhão: 68
- Caminhonete: 239
- Camioneta: 35
- Micro-ônibus: 12
- Motocicleta: 3.331
- Motoneta: 125
- Ônibus: 44
- Outros: 48
Total de Veículos: 5.190
Saúde
[editar | editar código-fonte]- Hospitais:1
- Postos de Saúde: 2
- Centro de Saúde (inclusive Unidade de Saúde da Família): 9
Educação
[editar | editar código-fonte]Ensino Básico, Fundamental e Médio
[editar | editar código-fonte]- Pré-Escolas: 25
- Escolas de Ensino Fundamental: 31
- Escolas de Ensino Médio: 6
Bibliotecas
[editar | editar código-fonte]O município conta com uma biblioteca totalmente equipada e informatizada, funcionando na E.E. Padre José Silveira. E também uma Biblioteca Publica Municipal que funciona na praça Cícero Dumont nº35.
Esporte e lazer
[editar | editar código-fonte]Clubes
[editar | editar código-fonte]Praça de Esportes, com piscina, três quadras: uma poliesportiva, 2 de peteca (cimento) e campo society de futebol (gramado). Varzelândia também conta com um grande campeonato de futebol, esse esporte é o grande destaque da cidade.
Estádio
[editar | editar código-fonte]A cidade possui um Estádio de Futebol murado. Tem 3 ginásios para prática de esportes especializados como: Vôlei, Basquete, Futsal, Peteca, Handebol, etc.
O futebol júnior também cresceu muito na cidade, em 2008 foi promovido o primeiro campeonato tendo como vencedora a L.D.U Futebol clube. Para registros históricos, remonta-se a grande rivalidade entre Juventus versus União.
Monumentos
[editar | editar código-fonte]- Marco de Entrada/Saída do Município (mais conhecido como "Picolé")
- Monumento dos Rotarianos
- Busto de João Cardoso (homenagem ao ex-prefeito por dois mandatos em Varzelândia e, uma em São João da Ponte)localizado na entrada da cidade.
- Busto de Dª Justiniana (Dª Justa), na praça da vila nova.
Feriado municipal
[editar | editar código-fonte]- 3 de março - aniversário da cidade.
15 de agosto - Feriado do Padroeiro Bom Jesus.
Transporte
[editar | editar código-fonte]Transporte coletivo
[editar | editar código-fonte]- Varzelândia - Brejo do MutambaL (Municipal)
- Varzelândia - São Vicente (municipal)
- Varzelândia - Campo Redondo (municipal)
- Varzelândia - Ibiracatu (intermunicipal)
- Varzelândia - Montes Claros (acesso a aeroporto e rodoviária para outros estados)
- Varzelândia - São Paulo (operam quatro empresas na cidade)
Rodovias
[editar | editar código-fonte]A partir de Belo Horizonte, siga para Montes Claros e depois até Japonvar no percurso BR-040-135, depois siga pela MG-202 de Japonvar a São João da Ponte, depois pegue a MG-403 até Varzelândia, totalizando 584 km neste percurso.
Aeroporto
[editar | editar código-fonte]A cidade possui uma pista de pouso e decolagem, que possibilita o pouso e decolagem de aviões de pequeno porte.
Referências
- ↑ a b c d «Varzelândia». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 13 de novembro de 2024
- ↑ «Mapa». IBGE. Consultado em 23 de setembro de 2009. Arquivado do original em 1 de agosto de 2012
- ↑ Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 1 de agosto de 2013
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2006-2012». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 6 de dezembro de 2015