Parábola do Homem Valente
A Parábola do Homem Valente (também conhecida como a Parábola do Ladrão ou Parábola do Homem Forte) é uma parábola de Jesus no Novo Testamento, encontrada em Mateus 12:29, Marcos 3:27 e Lucas 11:21–22. Uma versão da parábola também aparece no gnóstico Evangelho de Tomé (35). [1]
Narrativa
[editar | editar código-fonte]“ | «Como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo? e então lhe saqueará a casa.» (Mateus 12:29) | ” |
“ | «Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e então lhe saqueará a casa.» (Marcos 3:27) | ” |
“ | «Quando o homem valente, bem armado, guardar a sua casa, os seus bens estão seguros. Mas quando sobrevier outro mais valente do que ele e o vencer, tira-lhe toda a armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.» (Lucas 11:21–22) | ” |
Interpretação
[editar | editar código-fonte]Nos evangelhos sinóticos, esta parábola faz parte do trecho que trata de Belzebu, no qual os adversários de Jesus acusam-no de ganhar o seu poder de exorcizar os demônios por estar em aliança com Satanás. Interpretada neste contexto, o homem valente representaria Satanás e o atacante seria Jesus. Este, portanto, diz que ele não poderia realizar exorcismos (representado por roubar pertences do homem forte) sem que Satanás tenha tentado impedi-lo e sido derrotado ("amarrá-lo")[2][3][4].
Craig S. Keener sugere que a parábola se relaciona com o senso comum de que "ninguém rouba um homem forte" [5], enquanto R. T. France e outros vêem a parábola como ecoando o Livro de Isaías: [6][7]
“ | «Acaso tirar-se-á a presa ao forte, ou serão libertados os que são legalmente cativos? Mas assim diz Jeová: Certamente os cativos serão tirados ao forte, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com o que contende contigo, e salvarei teus filhos.» (Isaías 49:24–25) | ” |
Já se sugeriu que "Belzebu" significaria "casa de Baal" e que a imagem da casa do homem forte seria originalmente um jogo de palavras sobre este assunto[7].
No apócrifo Evangelho de Tomé, que não tem o contexto da controvérsia Belzebu, a parábola tem sido interpretada como apenas sugerindo que "o planejamento, estratégia, perspicácia e cuidado" são necessários para atingir as metas de cada um[8].
Referências
- ↑ Gospel of Thomas: Lamb translation and Patterson/Meyer translation.
- ↑ Jürgen Becker, trans. James E. Crouch, Jesus of Nazareth, Walter de Gruyter, 1998, p. 184
- ↑ Duane Frederick Watson, The Intertexture of Apocalyptic Discourse in the New Testament, Brill Academic Publishers, 2003, p. 26
- ↑ William Telford, The Theology of the Gospel of Mark, Cambridge University Press, 1999, ISBN 0521439779, p. 62
- ↑ Craig S. Keener, A Commentary on the Gospel of Matthew, Wm. B. Eerdmans Publishing, 1999, ISBN 0802838219, p. 364
- ↑ R. T. France, The Gospel of Matthew, Wm. B. Eerdmans Publishing, 2007, ISBN 080282501X, p. 481
- ↑ a b James R. Edwards, The Gospel according to Mark, Wm. B. Eerdmans Publishing, 2001, p. 121
- ↑ Richard Valantasis, The Gospel of Thomas, Routledge (UK), 1997, p. 111