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Parábola do Homem Valente

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A casa do homem valente, Cezanne, 1873.

A Parábola do Homem Valente (também conhecida como a Parábola do Ladrão ou Parábola do Homem Forte) é uma parábola de Jesus no Novo Testamento, encontrada em Mateus 12:29, Marcos 3:27 e Lucas 11:21–22. Uma versão da parábola também aparece no gnóstico Evangelho de Tomé (35). [1]

«Como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo? e então lhe saqueará a casa.» (Mateus 12:29)
«Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e então lhe saqueará a casa.» (Marcos 3:27)
«Quando o homem valente, bem armado, guardar a sua casa, os seus bens estão seguros. Mas quando sobrevier outro mais valente do que ele e o vencer, tira-lhe toda a armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.» (Lucas 11:21–22)

Interpretação

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Nos evangelhos sinóticos, esta parábola faz parte do trecho que trata de Belzebu, no qual os adversários de Jesus acusam-no de ganhar o seu poder de exorcizar os demônios por estar em aliança com Satanás. Interpretada neste contexto, o homem valente representaria Satanás e o atacante seria Jesus. Este, portanto, diz que ele não poderia realizar exorcismos (representado por roubar pertences do homem forte) sem que Satanás tenha tentado impedi-lo e sido derrotado ("amarrá-lo")[2][3][4].

Craig S. Keener sugere que a parábola se relaciona com o senso comum de que "ninguém rouba um homem forte" [5], enquanto R. T. France e outros vêem a parábola como ecoando o Livro de Isaías: [6][7]

«Acaso tirar-se-á a presa ao forte, ou serão libertados os que são legalmente cativos? Mas assim diz Jeová: Certamente os cativos serão tirados ao forte, e a presa do tirano será libertada; porque eu contenderei com o que contende contigo, e salvarei teus filhos.» (Isaías 49:24–25)

Já se sugeriu que "Belzebu" significaria "casa de Baal" e que a imagem da casa do homem forte seria originalmente um jogo de palavras sobre este assunto[7].

No apócrifo Evangelho de Tomé, que não tem o contexto da controvérsia Belzebu, a parábola tem sido interpretada como apenas sugerindo que "o planejamento, estratégia, perspicácia e cuidado" são necessários para atingir as metas de cada um[8].

Referências

  1. Gospel of Thomas: Lamb translation and Patterson/Meyer translation.
  2. Jürgen Becker, trans. James E. Crouch, Jesus of Nazareth, Walter de Gruyter, 1998, p. 184
  3. Duane Frederick Watson, The Intertexture of Apocalyptic Discourse in the New Testament, Brill Academic Publishers, 2003, p. 26
  4. William Telford, The Theology of the Gospel of Mark, Cambridge University Press, 1999, ISBN 0521439779, p. 62
  5. Craig S. Keener, A Commentary on the Gospel of Matthew, Wm. B. Eerdmans Publishing, 1999, ISBN 0802838219, p. 364
  6. R. T. France, The Gospel of Matthew, Wm. B. Eerdmans Publishing, 2007, ISBN 080282501X, p. 481
  7. a b James R. Edwards, The Gospel according to Mark, Wm. B. Eerdmans Publishing, 2001, p. 121
  8. Richard Valantasis, The Gospel of Thomas, Routledge (UK), 1997, p. 111