Orobanchaceae
Orobanchaceae ⇒ do grego, orobankon, a família das Orobancáceas[1] tem como autoridade descritiva Étienne Pierre Ventenat (1799), cuja abreviatura padrão é Vent. Possui representantes parasitas que matam seus hospedeiros.[2]
Diversidade taxônomica
[editar | editar código-fonte]Orobanchaceae | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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Orobanchaceae é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor), pertencente à ordem Lamiales.[4]
Com uma distribuição Cosmopolita, a família possui 60 gêneros distribuídos em 1.700 espécies.
Morfologia
[editar | editar código-fonte]Em sua grande maioria tem folhas opostas, filotaxia alternas ou verticiladas, sem a presença de estípulas e com margem das folhas inteira ou serreadas. As inflorescências são racemosas: possuem flores vistosas, bissexuadas, zigomorfas, diclamídeas; o cálice é gamossépalo do tipo aberto ou imbricada; a corola é pentâmara, gamopétala, geralmente bilabiada, com prefloração imbricada; os estames são 4, com as anteras rimosas; o ovário é súpero unilocular ou bicarpelar e com uma placentação parietal ou bilocular. O fruto é do tipo cápsula deiscente.[5]
Relações filogenéticas
[editar | editar código-fonte]A classificação mais recente para a ordem Lamiales (APG III)[6] inclui os grupos taxonômicos das asterídeas, dicotiledóneas, além das Scrophulariales. Anteriormente, a família incluia exclusivamente indivíduos holoparasitas do gênero Orobanche e alguns outros gêneros relacionados. Atualmente, análises de filogenia molecular contribuíram muito para o entendimento das relações filogenéticas de Orobanchaceae, resultando na expansão da família, que hoje inclui todos os hemiparasitas e alguns holoparasitas que pertenciam Scrophulariaceae, como Lindenbergia, gênero que possui 15 espécies e é o único com representantes autotróficos.[7] Recentemente, Rehmannia, que inclui dois gêneros não parasitas e era considerado grupo irmão de Orobanchaceae, se fundiu ao grupo. Alguns gêneros que pertencem a Orobanchaceae são: Castilleja, com cerca de 200 espécies; Pedicularis, com 800 espécies; Agalinis, contendo, por sua vez, 95 espécies. Membros totalmente parasitas de Orobanchaceae incluem: Orobanche, com 150 espécies, e Epifagus, que contém apenas uma espécie: E. virginiana.[8]
Lista de espécies brasileiras
[editar | editar código-fonte]Para o Brasil temos o registro de 10 gêneros, sendo eles: Agalinis, Bartsia, Buchnera, Castilleja, Escobedia, Esterhazya, Malesma, Nothochilus, Parentucellia e Physocalyx totalizando 50 espécies em todos domínios fitogeográficos.[5]
São ervas ou arbustos, lianas, raramente árvores, perenes ou anuais com estilos de vidas parasitas (hemiparasitas ou holoparasitas).[5]
- Agalinis angustifolia (Mart.) D’Arcy
- Agalinis bandeirensis Barringer
- Agalinis brachyphylla (Cham. & Schltdl.) D’Arcy
- Agalinis communis (Cham. & Schltdl.) D’Arcy
- Agalinis genistifolia (Cham. & Schltdl.) D’Arcy
- Agalinis glandulosa (G.M. Barroso) V.C.Souza
- Agalinis hispidula (Mart.) D’Arcy
- Agalinis itambensis V.C.Souza & S.I.Elias
- Agalinis linarioides Cham. & Schltdl.) D’Arcy
- Agalinis linarioides Cham. & Schltdl.) D’Arcy
- Agalinis nana S.I.Elias & V.C.Souza
- Agalinis ramosissima (Benth.) D’Arcy
- Agalinis ramulifera Barringer
- Agalinis schwackeana (Diels) V.C.Souza & Giul.
- Bartisia trixago L.
- Buchnera amethystina Cham. & Schltdl.
- Buchnera carajasensis Scatigna & N.Mota
- Buchnera integrifolia Larrañaga
- Buchnera jungea Cham. & Schltdl.
- Buchnera lavadulacea Cham. & Schltdl.
- Buchnera longifolia Kunth
- Buchnera nordestina Scatigna
- Buchnera palustris (Aubl.) Spreng
- Buchnera rosea Kunth
- Buchnera tacianae V.C.Souza
- Buchnera tenuissima Philcox
- Buchnera ternifolia Kunth
- Castilleja arvensis Schltdl. & Cham.
- Escobedia grandiflora (L.f.) Kuntze
- Esterhazya pendida J.C. Mikan.
- Malesma melampyroides (Rich.) Pennell
- Melasma rhinanthoides (Cham.) Benth.
- Melasma stricta (Benth.) Hassl
- Nothochilus coccineus Radlk
- Parentucellia viscosa (L). Caruel.
- Physocalyx aurantiacus Pohl.
- Physocalyx major Mart.
- Physocalyx scaberrima Philcox.
Diversidade
[editar | editar código-fonte]- 1.700 espécies
- 60 gêneros
Gêneros
[editar | editar código-fonte]Tribos
[editar | editar código-fonte]- Rehmannieae
- Lindenbergieae
- Cymbarieae
- Orobancheae
- Brandisia
- Pedicularidae
- Rhinantheae
- Buchnereae
Sinônimos
[editar | editar código-fonte]- Caprariaceae
- Globulariaceae
- Hebenstretiaceae
- Oftiaceae
- Verbascaceae
Domínios e estados de ocorrência
[editar | editar código-fonte]Sua distribuição geográfica está em todo território brasileiro, tendo como ocorrência as regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e o Sul.[5]
Domínios fitogeográficos
[editar | editar código-fonte]Há registro em todos domínios fitogeográficos, principalmente em fitofisionomias não florestais, como áreas antropizadas, fitofisionomias de Cerrado e afloramentos rochosos.[5]
Distribuição geográfica
[editar | editar código-fonte]Mundial, com exceção da Antártica. Encontrada principalmente nas regiões de clima temperado da Eurásia, América do Norte, América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e África.
Importância econômica
[editar | editar código-fonte]As espécies do gênero Striga apresentam um grande problema econômico em plantações da América Latina e Central, no Oeste e Leste da África, e até de algumas regiões da Ásia.[9] No Brasil, foi observado parasitando principalmente monocultura de milho e arroz.[10]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Rennó, Lair Remusat (1963). Pequeno Dicionário Etimológico das Famílias Botânicas. Minas Gerais, Brasil.: Editora: Universidade de Minas Gerais. p. 127
- ↑ Lóra, Gerdaff (2017). «O nome das famílias botânicas». Curvelo Flora e Fauna. Consultado em 4 de Maio de 2022
- ↑ Medeiros, João (2009). «Esterhazya macrodonta - OROBANCHACEAE Parque Nacional de Brasília - Distrito Federal - Brasil.». Wikipédia imagens - Flickr
- ↑ Reveal, J. L. «A phylogenetic classification of the land plants to accompany APG III. Botanical Journal of the linnean Society, v. 161, n. 2, p. 122-127, 2009.»
- ↑ a b c d e Souza, V, C. «Flora do Brasil, Orobanchaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2015.». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ CHASE, MARK W.; REVEAL, JAMES L. (outubro de 2009). «A phylogenetic classification of the land plants to accompany APG III». Botanical Journal of the Linnean Society (2): 122–127. ISSN 0024-4074. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.01002.x. Consultado em 4 de maio de 2022
- ↑ Li, Xi. «Phylogenetic Relationships in Orobanchaceae Inferred From Low-Copy Nuclear Genes: Consolidation of Major Clades and Identification of a Novel Position of the Non-photosynthetic Orobanche Clade Sister to All Other Parasitic Orobanchaceae.». Frontiers in plant science. Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ Bennett, Jonathan R.; Mathews, Sarah (julho de 2006). «Phylogeny of the parasitic plant family Orobanchaceae inferred from phytochrome A». American Journal of Botany (7): 1039–1051. ISSN 0002-9122. doi:10.3732/ajb.93.7.1039. Consultado em 4 de maio de 2022
- ↑ Parker, Chris (junho de 2012). «Parasitic Weeds: A World Challenge». Weed Science (2): 269–276. ISSN 0043-1745. doi:10.1614/ws-d-11-00068.1. Consultado em 4 de maio de 2022
- ↑ Victoria Filho, R.; Carvalho, J.B. (junho de 1981). «Controle de plantas daninhas na cultura do arroz de sequeiro (Oryza sativa L.)». Planta Daninha (1): 11–16. ISSN 0100-8358. doi:10.1590/s0100-83581981000100003. Consultado em 4 de maio de 2022