Marie-Antoine Carême
Marie-Antoine Carême | |
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Nascimento | 8 de junho de 1784 Paris |
Morte | 12 de janeiro de 1833 rue Saint-Roch |
Sepultamento | Cemitério de Montmartre |
Cidadania | França |
Ocupação | chef, cooking researcher, desenhista, ilustrador, gravurista, Chef confeiteiro, confeiteiro, designer |
Marie-Antoine Carême (Paris, 8 de junho de 1783 — 12 de janeiro de 1833), também chamado de Antonin Carême, foi um ideólogo gastrônomico e chef de cozinha francês. Tornou-se conhecido pela simplificação e codificação do estilo de culinária chamado haute cuisine, ou alta gastronomia francesa, que é o centro da Culinária da França. Famoso como o "chef dos reis e o rei dos chefs", é comumente lembrado como o primeiro chef celebridade.
Nomes
[editar | editar código-fonte]Ele foi batizado com o primeiro nome de Marie-Antoine — transliterado ao português como Maria Antônio — em homenagem à Virgem Maria e também a Maria Antonieta, rainha da França a partir de 1774. Ele assinou seus livros até 1822 como M.A. Carême de Paris, mas a partir de 1828 adotou o nome de Antonin Carême de Paris.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de pais indigentes, nasceu em Paris e lá foi abandonado em 1792, no auge do caos da Revolução Francesa. Trabalhou como auxiliar de cozinha em um restaurante barato parisiense, em troca de cama e comida. Em 1798, tornou-se aprendiz de Sylvain Bailly, um famoso pâtissier, proprietário de uma loja próxima ao Palais-Royal. Bailly logo reconheceu seu talento e ambição.
Carême ganhou fama em Paris por suas pièces montées, composições elaboradas usadas como arranjos de centro, que Bailly exibia na vitrine da pastelaria. Essas peças eram altas e feitas de material comestível como açúcar, marzipã e massa. Ele as modelava como templos, pirâmides e ruínas antigas, extraindo referências de livros de arquitetura histórica, que lia na Bibliothèque Nationale.[1] Utilizando seu conhecimento de arquitetura, combinado com sua genialidade culinária, alguns de seus trabalhos em açúcar eram tão elaborados que cortesãos podiam dançar sobre eles enquanto entretinham o rei.
Trabalhou criando arranjos para o diplomata e gourmet francês Charles Maurice de Talleyrand-Périgord, e também para outros membros da alta sociedade parisiense, incluindo Napoleão.
Embora famoso por sua indiferença com relação à comida, Napoleão entendia a importância das relações sociais no mundo da diplomacia. Em 1804, deu dinheiro a Talleyrand para a compra do Château de Valençay, uma vasta propriedade fora de Paris. O château deveria tornar-se uma espécie de centro de atividades diplomáticas. Quando Talleyrand mudou-se para lá, levou Carême consigo.
Talleyrand propôs um teste a Carême: criar um menu para o ano inteiro, sem repetição e usando apenas os produtos da estação. Carême passou no teste e completou seu treinamento na cozinha de Talleyrand. Após a queda de Napoleão, Carême foi para Londres e trabalhou como chef de cuisine para o Príncipe Regente, George IV. Retornando ao continente, serviu ao Czar Alexander I em São Petersburgo, antes de retornar à Paris, onde trabalhou como chef para o banqueiro James Mayer Rothschild.
Morreu em Paris, aos 50 anos de idade, e é lembrado como o fundador do conceito de alta gastronomia. Foi enterrado no Cemitério de Montmartre em Paris.
Influência
[editar | editar código-fonte]Em sua primeira posição de destaque, Carême trabalhou como chef de cuisine para Talleyrand. Mais do que um patrão ou patrocinador, Talleyrand incentivou Carême a produzir um novo e refinado estilo de gastronomia, usando ervas e vegetais frescos, e simplificando molhos com o uso de menos ingredientes. A mesa de Talleyrand tornou-se famosa durante as negociações que se seguiram após a queda de Napoleão, no Congresso de Viena. Quando o Congresso acabou, tanto o mapa da Europa quanto os gostos culinários das classes mais altas foram totalmente modificados.
O impacto de Carême na gastronomia deu-se tanto no trivial quanto no teórico. Credita-se a ele a criação do tradicional chapéu de chef, o Toque; ele criou novos molhos e pratos, publicou uma classificação de todos os molhos em grupos, baseada nos quatro molhos básicos. Também é frequentemente citado como responsável pela troca do serviço à francesa (em que todos os pratos são servidos juntos) pelo serviço à russa (em que os pratos são servidos um a um, na ordem impressa no cardápio), depois de retornar de seu período servindo à corte russa. Mas esta informação difere conforme a fonte.[2]
Carême escreveu diversos trabalhos em gastronomia, sobre L'Art de la Cuisine Française (5 volumes, 1833–34), que incluíam, além de centenas de receitas, planejamento de cardápios, uma história da culinária francesa e instruções para organizar uma cozinha.
Principais Trabalhos
[editar | editar código-fonte]- Carême, Marie Antonin (1833–1844). L'art de la cuisine française au dix-neuvième siècle. [S.l.]: Chez MM. J. Renouard et Cie. LCC TX719.C27
Referências
- ↑ Kelly, Chapter 2.
- ↑ «Citation Gastronomica, Summer 2001, Vol. 1, No. 3». Consultado em 22 de agosto de 2007. Arquivado do original em 15 de fevereiro de 2012
- Kelly, Ian (2004). Cooking For Kings: The Life of Antoine Carême, the First Celebrity Chef. [S.l.]: Walker & Co. ISBN 0-8027-1436-6
- Paul Metzner, Crescendo of the Virtuoso (UC Press,1998.)
Notas
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- NPR: Antonin Careme: The First Celebrity Chef - All Things Considered, May 25, 2004 - Biography Highlights Career of a 19th-Century Culinary Star