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Golpe de Estado na Guiné Equatorial em 1979

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Golpe de Estado na Guiné Equatorial em 1979
Golpe de Estado em Guiné Equatorial em 1979
Data 3 de Agosto de 1979
Local Guiné Equatorial
Desfecho Golpe de Estado bem-sucedido.
Beligerantes
Governo da Guiné Equatorial Forças oposicionistas
Comandantes
Francisco Macías Nguema Teodoro Obiang Nguema Mbasogo

O golpe de Estado em Guiné Equatorial em 1979 ocorreu em 3 de agosto de 1979, quando o sobrinho do presidente Francisco Macías Nguema, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o derrubou em um sangrento golpe de Estado. Teodoro Obiang condenou seu tio à morte pelo genocídio contra o povo bubi e outros crimes cometidos. Macías Nguema foi executado por um pelotão de fuzilamento em 29 de setembro de 1979. Teodoro Obiang permanece como presidente desde então.

Depois que a Espanha franquista concedeu independência a Guiné Equatorial em 1968, uma luta pelo poder entre Macías e Atanasio Ndongo Miyone levou o primeiro a assumir a presidência. Ndongo tentou um golpe no ano seguinte; mas seria capturado e executado, e a reação ao suposto envolvimento espanhol no golpe levaria a um êxodo em massa de nativos espanhóis do país. Macías posteriormente consolidou a autoridade política nacional, tornando-se o ditador absoluto do país. O reinado de Macías como ditador foi marcado por seu uso extensivo da violência estatal contra seus oponentes políticos, trabalhadores migrantes nigerianos e grupos étnicos minoritários, particularmente o povo bubi. Estima-se que cerca de 35.000 a 50.000 pessoas morreram durante o período de Macías no poder, muitas delas em assassinatos em massa ou em detenções em campos de prisioneiros notórios do país, e em 1979, 25% da população do país vivia no exílio.[1]

No verão de 1979, Macías, que agia de maneira cada vez mais irracional, ordenou a morte de vários membros de sua própria família. Teodoro Obiang era sobrinho de Macías e irmão de uma das vítimas.[2]

Obiang, vice-ministro da Defesa, derrubou Macías em 3 de agosto de 1979. O golpe foi apoiado pelos militares da nação e pela guarda cubana do palácio de Macías; várias embaixadas estrangeiras, incluindo as da Espanha e dos Estados Unidos, estavam cientes da conspiração antecipadamente e forneceram ajuda humanitária financeira em suas repercussões. Após a sua expulsão, Macías e seu guarda-costas pessoal fugiriam para a aldeia natal de Macías, Nzeng-Ayong, e fixaram residência em um bunker fortificado protegido por militares leais. O conflito que se seguiu entre as forças de Obiang e de Macías matou 400 pessoas; terminando quando Macías queimou seu tesouro pessoal e fugiu para a fronteira dos Camarões. Uma força liderada pelo comandante naval Florencio Maye capturou Macías em 18 de agosto, e ele e seis de seus aliados foram executados em 29 de setembro. [1] Obiang permanece presidente da Guiné Equatorial desde o golpe, e sob o seu regime a ditadura e os abusos de direitos humanos continuam.[3][2]


Referências

  1. a b Baynham, Simon (fevereiro de 1980). «Equatorial Guinea: The Terror and the Coup». The World Today. 36 (2): 65–71. JSTOR 40395170. (pede registo (ajuda)) 
  2. a b Gardner, Dan (6 de Novembro de 2005). «The Pariah President: Teodoro Obiang is a brutal dictator responsible for thousands of deaths. So why is he treated like an elder statesman on the world stage?». The Ottawa Citizen (Arq. em WayBack Machine) 
  3. Equatorial Guinea no The World Factbook