João de Mascarenhas, 1.º Marquês de Fronteira
João de Mascarenhas, 1.º Marquês de Fronteira | |
---|---|
Nascimento | 18 de julho de 1633 Lisboa |
Morte | 1681 |
Cidadania | Reino de Portugal |
Progenitores | |
Ocupação | militar |
Título | Marquês de Fronteira, Conde da Torre |
João de Mascarenhas[1] (Lisboa, 18 de julho de 1633 — novembro de 1681), foi um nobre e militar português. 2º conde da Torre, de jure e herdade, foi elevado a primeiro donatário e 1º Marquês de Fronteira, por sua lealdade na crise que culminou com a abdicação de Afonso VI de Portugal e a subida ao trono de Pedro II de Portugal.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Foi o quarto filho de D. Fernando de Mascarenhas (c. 1610 - 1651), 1º conde da Torre, Governador-geral do Estado do Brasil, e de D. Maria de Noronha (c. 1610 - ?).
Exerceu o cargo de Mordomo-mor de Faro. Foi o sétimo administrador dos morgadios de Goucharia e Chantas, o primeiro administrador do morgadio de Torre das Vargens. Por morte do irmão mais velho, D. Manuel de Mascarenhas, tornou-se herdeiro da casa e senhor dos morgados de Coculim e Verodá, no Estado Português da Índia e comendador da Ordem de Cristo de Nossa Senhora da Conceição do Rosmaninhal, Santiago da Fonte Arcada, São Nicolau de Carrazedo, São João de Castelões, São Martinho de Cambres e de São Martinho de Pindo. Foi ainda padroeiro dos Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição da Torre das Vargens e do Mosteiro de São Domingos da Serra.
Foi gentil-homem da câmara do Infante D. Pedro. Nesta função, envolveu-se nas lutas palacianas que culminaram com a abdicação de Afonso VI de Portugal e a ascensão de Pedro II de Portugal ao trono. Como recompensa, por Carta-régia de 7 de Janeiro de 1670, foi alçado pelo soberano a 1° marquês de Fronteira, dando origem a uma das mais importantes casas do reino.
No reinado deste soberano exerceu o cargo de 48º Vedor da Fazenda (nomeado em 12 de Outubro de 1676), e de Conselheiro dos Conselhos de Estado e de Guerra. Foi ainda familiar do Santo Ofício.
Carreira militar
[editar | editar código-fonte]Era louvada a sua robustez física que, de acordo com o padre Manuel Bernardes na obra "Nova Floresta", seria "capaz de uma só cutilada descabeçar um touro".
No contexto da Guerra da Restauração, passou província do Alentejo com o posto de mestre-de-campo (1657). Foi mestre-de-campo general da província do Minho e retornou ao Alentejo como general de Cavalaria, tomando parte na campanha de 1662. Foi governador da Praça-forte de Campo Maior, participou do sítio de Badajoz, no assalto a Valença de Alcântara, na recuperação da Praça-forte de Mourão, na Batalha das Linhas de Elvas (1659), na batalha do Ameixial (1663) e na batalha de Montes Claros (1665).
Com a paz (1668), foi nomeado Mestre-de-campo General da Corte na província da Estremadura.
Obra
[editar | editar código-fonte]Senhor de cultura, deixou dois manuscritos inéditos:
- Relação das Províncias de Portugal, Títulos, Tribunais e Renas Reais; e
- Relação das Coutadas e Casas de Campo dos Reis de Portugal.
Além disso, foi o fundador da sumptuosa quinta e palácio em Benfica, no local do antigo Morgado Novo, terras pertencentes aos Mascarenhas. O Palácio dos Marqueses de Fronteira foi erguido junto ao Convento de São Domingos de Benfica.
Casamento e descendência
[editar | editar código-fonte]Desposou em Lisboa, a 19 de Julho de 1651, D. Madalena de Castro, dama da rainha D. Luísa de Gusmão, filha de Francisco de Sá e Menezes, conde de Penaguião, e D. Joana de Castro, filha de D. João Gonçalves de Ataíde, conde de Atouguia, de cuja união nasceram seis filhos:
- D. D. Fernando de Mascarenhas (1655-1729), 2º marquês de Fronteira e 3º conde da Torre, casado com D. Joana Leonor de Toledo e Meneses
- Filipe Mascarenhas (nado-morto)
- D. Francisco Mascarenhas, 1º conde de Coculim (1662-1685) casado com D. Maria Josefa de Noronha
- D. Joana de Castro
- D. Isabel de Castro (1665-1724), casada com D. João de Almeida Portugal, 2º conde de Assumar
- D. Francisca de Castro, religiosa carmelita descalça no Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição.
Ao enviuvar (10 de Setembro de 1673), professou na Ordem de Malta, onde foi Grão-prior do Crato.[2]
Notas
- ↑ A mercê do título de "Dom" fora concedida por Afonso V de Portugal ao chefe da casa de Mascarenhas, D. Fernão Martins Mascarenhas, e a seus descendentes, desde 1 de Janeiro de 1496.
- ↑ PINHO, António Brandão de (2017). A Cruz da Ordem de Malta nos Brasões Autárquicos Portugueses. Lisboa: Chiado Editora. 426 páginas. Consultado em 28 de agosto de 2017