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Santa Fe Trail

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(Redirecionado de A Estrada de Santa Fé)
 Nota: Para a rota histórica que deu o nome ao filme, veja Trilha de Santa Fé. Para outros significados, veja Santa Fe (filme).
Santa Fe Trail
Santa Fe Trail
Cartaz promocional do filme.
No Brasil A Estrada de Santa Fé
Em Portugal A Caminho de Santa Fé
 Estados Unidos
1940 •  p&b •  110 min 
Gênero faroeste
romance
drama histórico-biográfico
Direção Michael Curtiz
Produção Robert Fellows
Produção executiva Hal B. Wallis
Roteiro Robert Buckner
Elenco Errol Flynn
Olivia de Havilland
Música Max Steiner
Leo F. Forbstein
Hugo Friedhofer
Cinematografia Sol Polito
Direção de arte John Hughes
Efeitos especiais Byron Haskin
H. F. Koenekamp
Figurino Milo Anderson
Edição George Amy
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 28 de dezembro de 1940 (1940-12-28) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 1,1 milhão[2][3]
Receita US$ 2,5 milhões[3]
Santa Fe Trail

Santa Fe Trail (bra: A Estrada de Santa Fé; prt: A Caminho da Santa Fé)[4][5][6][7] é um filme estadunidense de 1940, dos gêneros faroeste, romance e drama histórico-biográfico, dirigido por Michael Curtiz, estrelado por Errol Flynn e Olivia de Havilland, e coestrelado por Raymond Massey, Ronald Reagan e Alan Hale.[1]

A trama retrata a história do abolicionista Jeb Stuart e sua polêmica campanha contra a escravidão antes da Guerra de Secessão. Em uma subtrama, Jeb Stuart e George Armstrong Custer – que são retratados como amigos da mesma turma de graduação de West Point – competem pela mão de Kit Carson Holliday.

Este foi o sétimo dos oito filmes que de Havilland e Flynn coestrelaram juntos. A produção foi uma das maiores bilheterias do ano. Seu conteúdo possui pouca relevância com a atual Trilha de Santa Fé.

Em 1854, poucos anos antes da eclosão da Guerra de Secessão, Jeb Stuart (Errol Flynn), o comandante confederado, tenta equilibrar seu relacionamento com Kit Carson Holliday (Olivia de Havilland) e os deveres militares, além de ver sua amizade com George Armstrong Custer (Ronald Reagan) perder a força conforme a guerra se aproxima.[4]

Escolha de elenco

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O filme foi baseado em um roteiro de Robert Buckner. Durante a pré-produção, Randolph Scott foi cogitado para o papel principal.[8] No entanto, em abril de 1940, o filme tornou-se um veículo para Errol Flynn e Olivia de Havilland.[9]

Raymond Massey assinou o contrato para interpretar John Brown em junho de 1940.[10]

John Wayne também havia sido cogitado como uma possibilidade para coestrelar ao lado de Flynn.[11] Dennis Morgan foi o ator originalmente escalado para o papel de George Custer.[12] Morgan foi emprestado a RKO Radio Pictures para coestrelar o filme "Kitty Foyle", então foi substituído por Ronald Reagan antes do início das filmagens. Van Heflin foi contratado para interpretar o vilão após seu sucesso em "The Philadelphia Story", peça teatral da Broadway; a produção foi seu primeiro filme desde 1937.[13]

Em junho de 1940, a Warner Bros. anunciou o filme como parte de sua lista.[14] Foi um dos cinco filmes que o estúdio anunciou para Flynn, sendo os outros "The Constant Nymph", "Captain Horatio Hornblower", "Shanghai" e "Jupiter Laughs".[15]

As filmagens começaram em julho de 1940, atrasadas por uma recorrência da malária de Flynn.[16]

Cenas ao ar livre foram filmadas no Rancho Lasky, na área de Lasky Mesa em Simi Hills, no oeste do Vale de São Fernando, na Califórnia.[17] As cenas que possuíram ferrovias foram filmadas em Sierra Railroad, no Condado de Tuolumne, também na Califórnia.[18]

Olivia de Havilland e Errol Flynn em cena do filme.

O filme estreou em Santa Fé durante um festival de três dias, com a participação de um grande número de celebridades, incluindo Flynn, de Havilland, Rudy Vallée e Wayne Morris. Rita Hayworth realizou uma "dança de boas-vindas".[19][20][21] Havia 250 convidados e dois trens especiais, um de Hollywood e outro do leste, com um custo total de US$ 50.000. — compartilhados entre a Warner e a Santa Fe Railroad.[22] Olivia teve apendicite durante a viagem e teve que voltar para casa.[23]

Em seu lançamento inicial, a Warner Bros. estreou o filme em grandes cidades com um sistema de som experimental chamado Vitasound, não estereofônico, possuindo como objetivo criar uma maior gama de sons dinâmicos em momentos de ação no campo de batalha e música dramática.[24]

De acordo com os registros da Warner Bros., o filme arrecadou US$ 1.748.000 nacionalmente e US$ 785.000 no exterior, totalizando US$ 2.533.000 mundialmente.[3] O retorno lucrativo da produção foi de US$ 1.418.000.[25]

O filme foi lançado na França em 1947 e registrou 2.147.663 admissões.[26]

Imprecisões históricas e críticas modernas

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David Bruce, Ronald Reagan, Errol Flynn e William Lundigan em cena do filme.
Olivia de Havilland em fotografia publicitária para o filme.

Existem várias imprecisões com muitos dos personagens e linha do tempo retratados no filme. Primeiro, Jeb Stuart, George Custer e Philip Sheridan, bem como George Pickett, James Longstreet e John Bell Hood são todos retratados como colegas de classe na mesma turma de graduação em West Point, todos estacionados no território do Kansas ao mesmo tempo. Na realidade, eles se formaram em momentos diferentes – Stuart em 1854, Custer em 1861, Sheridan e Hood em 1853, Pickett em 1846 e Longstreet em 1842. Esta representação desses futuros oficiais da União e da Confederação adiciona um elemento de prenúncio do próximo conflito da Guerra de Secessão, no qual ex-oficiais estadunidenses seriam forçados a escolher lados após a secessão do sul. Em segundo lugar, o futuro presidente confederado Jefferson Davis, que foi secretário da Guerra sob Franklin Pierce em 1854 (tempo definido no início do filme), não estava neste cargo de gabinete na época do ataque de John Brown a Harper's Ferry em 1859. A essa altura, o cargo era ocupado por John B. Floyd, membro do governo Buchanan.

O filme toma liberdades substanciais com outros fatos históricos:

  • Stuart e Custer, embora tenham comparecido a West Point – em momentos diferentes – e lutado um contra o outro na Batalha de Gettysburg, nunca se conheceram pessoalmente.[27]
  • Jason Brown não entregou seu pai para o Exército dos Estados Unidos. Ele foi brevemente um prisioneiro de guerra, mas, depois que John Brown buscou o resgate de seu filho, ele providenciou para que Jason fosse trocado.
  • Jason Brown não foi morto no Kansas. Um dos outros filhos de Brown, Frederick, foi baleado por um reverendo.[28]
  • Stuart serviu no Primeiro Regimento de Cavalaria, e Custer serviu no Segundo e no Quinto.
  • Custer nunca esteve no Território do Kansas; ele ficou estacionado lá após a Guerra de Secessão, quando o Kansas já havia se tornado um estado.
  • O personagem Carl Rader, homem expulso de West Point que auxiliou (e mais tarde traiu) John Brown, não existiu.
  • A Cavalaria dos Estados Unidos não assaltou a casa de máquinas da Harper's Ferry que estava ocupada por John Brown; a casa foi tomada por fuzileiros navais dos Estados Unidos, que sofreram duas baixas (um morto e um ferido).
  • A ferrovia para o Novo México não foi iniciada até 1879, 20 anos após os eventos fictícios do filme.
  • Os personagens do filme carregam revólveres Colt Single Action Army de 1873, que não existiam em 1859.
  • Jefferson Davis não teve uma filha chamada Charlotte, que é apresentada a George Custer em 1859 no filme. Suas filhas eram Margaret Howell Davis, que nasceu em 1855 e, portanto, teria 4 anos em 1859, e Varina Anne Davis, que nasceu em 1872.
  • Cyrus K. Holliday não teve um filho chamado Bob ou uma filha com o nome de Kit Carson. Na verdade, seus filhos se chamavam Charles King e Lillie Holliday, respectivamente.
  • O nome de solteira da verdadeira Sra. Jeb Stuart era Flora Cooke.

Até hoje, alguns historiadores descrevem John Brown como um fanático monomaníaco, já outros como um herói por suas táticas violentas em nome da emancipação. O filme retrata o personagem John Brown como um antagonista em sua maior parte, mostrando o valor dos princípios da abolição, mas criticando os métodos utilizados por Brown. No filme, Brown endossa entusiasticamente a separação da união dos Estados Unidos e mais derramamento de sangue como um meio de acabar com a escravidão, em última análise, vendo sua própria morte como um sacrifício feito para promover a causa da abolição. O filme foi feito na véspera da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, e seu tom e subtexto político expressam o desejo de reconciliar a disputa da nação sobre a escravidão que provocou a Guerra de Secessão e apelar para os espectadores tanto no sul quanto no norte dos Estados Unidos. A Guerra de Secessão e a abolição da escravidão são apresentadas como uma tragédia iminente desencadeada pelas ações de um louco anárquico. O filme parece colocar a culpa pela eclosão da Guerra de Secessão em John Brown e nos abolicionistas que perpetuaram a violência do Massacre de Pottawatomie no Território do Kansas – além de outros fatores, como por exemplo: o Compromisso de 1850, a Lei do Escravo Fugitivo, a publicação de "A Cabana do Pai Tomás", o Ato de Kansas-Nebraska, e a Decisão Dred Scott, nenhum dos quais é abordado no filme. Em muitas cenas, incluindo uma com uma cartomante nativa, os heróicos protagonistas são incapazes de prever como a questão da escravidão pode torná-los inimigos ferrenhos em um futuro próximo, embora em meados do final da década de 1850, a hostilidade entre os estados pró e antiescravistas já tivesse atingido um ponto de ebulição.[29]

Para alguns espectadores modernos, a representação de alguns dos escravos negros em busca de liberdade pode parecer insensível ou imprecisa em alguns casos. Muitas das pessoas negras do filme parecem ser passivas ou dependentes da vontade de John Brown como emancipador. Escravos trazidos pela ferrovia subterrânea de Brown para o norte parecem estar seguindo ordens do abolicionista, sem qualquer motivação própria para fugir da escravidão. Eles esperam que Brown diga que eles estão livres; e ele então declara especificamente que todos estão livres em uma cena. Mais tarde, vários que ficaram para trás – após sua "emancipação" – refletem sobre seus dias servindo aos mestres do sul sob uma luz negativa.

Uma crítica de 2019 da revista Filmink afirmou: "Este é o menos considerado da trilogia Dodge City. A Warner tinha um histórico forte quando se tratava de ilustrar os perigos do nazismo, mas eles não eram muito entusiasmados com o tema da história afro-americana. Nenhum estúdio era em 1940, mas Santa Fe Trail é especialmente duvidoso".[30]

Disponibilidade

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O filme entrou em domínio público em 1968, quando a United Artists Television (então proprietários da biblioteca filmográfica pré-1950 da Warner Bros.) não renovou os direitos autorais. Como resultado, o filme mais tarde tornou-se amplamente disponível em VHS, LaserDisc e DVD, bem como disponível gratuitamente para download na internet.

Em 1988, uma versão colorida foi produzida pela Color Systems Technology para a Hal Roach Studios e lançada em VHS. A Turner Entertainment lançou um VHS de qualidade superior ao que estava disponível anteriormente. A biblioteca da Turner faz parte da divisão televisiva da Warner Bros., a distribuidora original.

Embora não totalmente restaurado, edições de alta qualidade do filme foram lançadas na Alemanha em DVD e Blu-ray.

Referências

  1. a b «The First 100 Years 1893–1993: Santa Fe Trail (1940)». American Film Institute Catalog. Consultado em 4 de junho de 2023 
  2. Glancy, H. Mark. "Warner Bros film grosses, 1921–51". Historical Journal of Film, Radio and Television. March 1995.
  3. a b c Warner Bros financial information in The William Shaefer Ledger. See Appendix 1, Historical Journal of Film, Radio and Television, (1995) 15:sup1, 1–31 p 20 DOI: 10.1080/01439689508604551
  4. a b «A Estrada de Santa Fé (1940)». Brasil: AdoroCinema. Consultado em 29 de julho de 2021 
  5. «A Estrada de Santa Fé (1940)». Brasil: CinePlayers. Consultado em 29 de julho de 2021 
  6. «A Caminho de Santa Fé (1940)». Portugal: SapoMag. Consultado em 29 de julho de 2021 
  7. «A Caminho de Santa Fé (1940)». Portugal: CineCartaz. Consultado em 29 de julho de 2021 
  8. Churchill, Douglas W. (15 de março de 1940). «Screen News Here and in Hollywood: Randolph Scott Gets Lead in 'Santa Fe' That Warners Listed for Errol Flynn. Mae West Picture opens: 'My Little Chickadee,' in which W. C. Fields is co-starred, at the Roxy Today». The New York Times. p. 27 
  9. Schallert, Edwin (13 de abril de 1940). «Howard, Drew to Share Spotlight in 'Rangers'». Los Angeles Times. p. 14 
  10. Schallert, Edwin (28 de junho de 1940). «Beery, Carrillo Again Pals in Wyoming Tale». Los Angeles Times. p. 16 
  11. Parsons, Louella O. (25 de junho de 1940). «Close-Ups and Long-Shots Of the Motion Picture Scene». The Washington Post. p. 11 
  12. Schallert, Edwin (1 de julho de 1940). «Power, Darnell Attain Third Feature as Team». Los Angeles Times. p. A10 
  13. «News of the Screen: Van Heflin Signed for Villain in 'Santa Fe Trail'». The New York Times. 6 de julho de 1940. p. 9 
  14. «Warners List New Pictures: Studio Will Produce 48 Feature-Length Films During 1940–41». Los Angeles Times. 10 de junho de 1940. p. A3 
  15. «WARNERS TO ISSUE 48 FEATURE FILMS». New York Times. 10 de junho de 1940. p. 20 
  16. Schallert, Edwin (12 de julho de 1940). «John Garfield to Play Nijinsky Role on Stage: Moreno 'Sinners' Actor Roland 'Cavalier' Lead Le Baron Seeks Murphy Republic After Baker Stars Aid Cow's Debut». Los Angeles Times. p. A10 
  17. oxy.edu. acessodata:4/6/2023. Arquivado em 2011-06-08 no Wayback Machine 'Lasky Movie Ranch' set photos
  18. Jensen, Larry (2018). Hollywood's Railroads: Sierra Railroad. 2. Sequim, Washington: Cochetopa Press. p. 19. ISBN 9780692064726 
  19. «Again the Old Santa Fe Trail.». The New York Times. 8 de dezembro de 1940. p. 188 
  20. Schallert, Edwin (13 de dezembro de 1940). «Celebrities En Route to Film Event». Los Angeles Times. p. 28 
  21. Daugherty, Frank (14 de dezembro de 1940). «Santa Fe Greets 'Trail' Film With a Three-Day Fiesta: Parade of Indian Tribes, Official Reception Held». The Christian Science Monitor. p. 4 
  22. Churchill, Douglas W. (22 de dezembro de 1940). «The Warners Go Tenting on the Santa Fe Trail: And Erudite Indians Obediently Grunt 'Ugh' for Visiting Firemen—Other Items». The New York Times. p. 103 
  23. «Olivia De Havilland III». The New York Times. 15 de dezembro de 1940. p. 53 
  24. «Screen News». The Christian Science Monitor. 21 de novembro de 1940. p. 15 
  25. Glancy, H. Mark. "Warner Bros film grosses, 1921–51". Historical Journal of Film, Radio and Television. Março de 1995
  26. Box office figures for 1947 France no Box Office Story
  27. Frank Daugherty (9 de agosto de 1940). «'Santa Fe Trail' Finds Errol Flynn as J.E.B. Stuart: Hollywood on the Trail of the Fifties». The Christian Science Monitor. p. 2 
  28. Reynolds, David S. (2006). John Brown, abolitionist: the man who killed slavery, sparked the Civil War, and seeded civil rights 1 ed. Nova Iorque: Vintage Books. ISBN 0375726152. OCLC 75966355 
  29. Tony Thomas, Rudy Behlmer * Clifford McCarty, The Films of Errol Flynn, Citadel Press, 1969 p. 99
  30. Vagg, Stephen (17 de novembro de 2019). «The Films of Errol Flynn: Part 3 The War Years». Filmink 

Leitura adicional

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  • Morsberger, Robert E. "Slavery and The Santa Fe Trail ou, John Brown on Hollywood's Sour Apple Tree", American Studies (1977) 18#2 pp. 87–98. online, análise acadêmica em grande escala de John Brown e outros temas históricos distorcidos

Ligações externas

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