Watched on Friday January 3, 2025.

Watched on Tuesday December 31, 2024.

Pânico 2 (1997) se passa dois anos após os eventos em Woodsboro. O humor ácido do filme já expõe logo na cena de entrada uma crítica sobre a hiper "lucratização" sobre casos de true crime. Em exibição no cinema há um novo filme a caminho baseado na matança de anos atrás, intitulado Stab (ou Facada, na tradução em português), baseado no livro de Gale Weathers (Courtney Cox), repórter de TV que sobreviveu ao evento de Woodsboro. Após duas pessoas terem sido assassinadas na noite de pré-estreia, os holofotes retornam para Sidney Prescott (Neve Campbell), que está se estabelecendo na vida universitária com uma nova melhor amiga, Hallie (Elise Neal) e o namorado, Derek (Jerry O'Connell).

Descobre-se que um novo Ghostface surgiu e que as primeiras mortes não foram aleatórias, ele está tentando recriar o massacre de Woodsboro matando pessoas com os mesmos nomes das vítimas do original. Então Sidney se vê puxada de volta para a história, ao lado de personagens que retornam, como a própria Gale Weathers e Dewey (David Arquette). Mais uma vez, todos são suspeitos, e o filme faz um bom trabalho em restabelecer essa configuração, garantindo que até mesmo os personagens que retornam permaneçam suspeitos o suficiente para que não possamos descartá-los.

Todos os diálogos do filme são geniais, mas o meu preferido acontece na sala de aula, quando estudantes universitários discutem sobre cinema e as continuações: as sequências destruíram o terror? Filmes são responsáveis pelos nossos atos de violência? Qual o segredo para um filme se tornar uma franquia? Poderia uma sequência ser melhor que o filme original? Eis a temática das reflexões. Indo além do gênero, o debate envolve questões sociológicas, análises estéticas e a assim, destacam como a metalinguagem encontra o seu melhor momento na franquia. É uma discussão bastante referencial, pois ao falar de continuações de alguns filmes, eles colocam o próprio Pânico 2 em debate, uma sequência que apesar de não ser melhor que o antecessor, chega bem perto.

“Você não pode botar a culpa da violência da vida real num filme.”

Neste filme, Sidney se mostra uma personagem bem mais forte, mas o seu medo e paranoia são muito bem explorados, principalmente na cena da peça de teatro. Mas, voltando ao início da obra, na cena do cinema, ao colocar a personagem para morrer de maneira bastante espetaculosa e teatral, Wes Craven traz questões sobre violência, apreciação do público e relação do conteúdo que a mídia expõe cotidianamente com a própria plateia.

Talvez a melhor coisa sobre essa obra, no entanto, seja a maneira como ela reúne vários elementos de forma muito coesa. Suas preocupações temáticas como: trauma, tristeza e sensacionalismo da mídia sobre tragédias da vida real, todas se tornam uma parte fundamental da narrativa. A maneira como o filme encadeia suas várias ideias em contexto é muito impressionante, criando um mistério de assassinato envolvente e legitimamente divertido, ao mesmo tempo em que encontra tempo para se entregar aos elementos mais sangrentos que esperamos desse tipo de filme. Mais uma obra-prima de Wes Craven.

Por favor, Whindersson, pare de cantar nos seus shows de stand-up.

Quis o destino que Tobias Durand (Andrew Garfield), que estava prestes a assinar os papéis do seu divórcio, saísse de casa para comprar canetas e acabar sendo atropelado por Almut Brühl (Florence Pugh). Em pouco tempo eles já estavam morando juntos.

O casal cria um laço bem bonito, mesmo que eles sejam tão diferentes em vários aspectos: Tobias é mais tímido, introvertido e metódico, além de desde sempre ter o desejo de ter um filho; Almut é uma ex-patinadora artística, empoderada e atual chef de cozinha, que tem convicção de que não deseja ser mãe (pelo menos, naquele momento). Porém, com o tempo acaba se acostumando com a ideia de Tobias.

O que acontece em seguida coloca Almut em um grande dilema: ela descobre que tem câncer de ovário e a recomendação médica é que ela faça uma histerectomia, retirando o ovário, mas isso a impossibilitará de ter um filho, então ela precisa decidir se dá continuidade com o tratamento, incluindo sessões de quimioterapia, ou se viverá plenamente os seus últimos meses, tendo a chance de engravidar, aproveitando ao máximo a vida ao lado do seu amado.

A forma que Todo Tempo Que Temos (2024) é construída é bem incômoda. Os acontecimentos são mostrados em tela fora de ordem, sem seguir nenhuma cronologia, o final também deixou a desejar. Eu esperava mais por gostar muito do casal principal, mas esse filme não é nem um pouco memorável e já já eu nem vou lembrar mais que assisti. Não me emocionou em nenhum momento.

Watched on Wednesday December 25, 2024.

Uma crítica à cultura jovem dos Estados Unidos e ao tão almejado sonho americano. A intenção de Spring Breakers: Garotas Perigosas (2012) é mostrar o quão superficial e vazio é tudo isso. A estética do filme em si é bem colorida e "teen", sendo todo filmado como se fosse um videoclipe da MTV, enquanto abusa de cenas de nudez, putaria e uso desenfreado de drogas e álcool. Neste cenário, somos apresentados a Faith (Selena Gomez), Candy (Vanessa Hudgens), Brit (Ashley Benson) e Cotty (Rachel Korine), quatro amigas de infância que acreditam que encontrarão seu verdadeiro eu nas férias de primavera, depositando toda esperança em uma viagem para a Flórida que elas terão que ir, custe o que custar.

Faith nas horas vagas frequenta um grupo religioso de jovens, enquanto Candy, Brit e Cotty costumam passar o tempo festejando loucamente. Apesar disso, as quatro são bem próximas, mesmo que o senso de moralidade não seja igual entre elas. Juntas, elas tinham combinado de juntar dinheiro para irem com seus colegas para as férias de primavera, mas o estilo de vida de excessos que elas levam não permitiu que o valor necessário fosse alcançado. Desesperadas para fazerem a viagem, Candy, Brit e Cotty, chapadas de cocaína, roubam o carro de um professor, cobrem seus rostos e assaltam um restaurante local usando marretas e armas falsas.

Elas conseguem fazer sua viagem! Mas o que acontece a partir daí? Elas festejam e farreiam dia e noite com outros jovens de forma totalmente inconsequente e promíscua. E depois de uma festa selvagem, todas as quatro são presas por uso de narcóticos. Elas passam a noite em uma cela de detenção, mas são libertadas sob fiança por Alien (James Franco), um rapper, traficante de drogas e dono de um enorme arsenal de armas. A princípio ele diz não querer nada em troca por ter libertado as garotas, mas fica bem claro que ele quer.

Enquanto as três garotas mais imprudentes ficam encantadas com tudo que vêem, Faith fica com medo das investidas "mascaradas" do rapper e acaba decidindo voltar para casa, aconselhando suas três amigas a fazerem o mesmo, mas elas negam pedido e decidem ficar na Flórida com ele. Por incrível que pareça, um amor verdadeiro surge nessa história. Alien vê em Candy e Brit uma selvageria, impulsividade e loucura que ele provavelmente não enxergava mais em si, acendendo uma chama e despertando a sensação de estar vivo.

No aspecto técnico o filme é impecável, tanto na belíssima fotografia quanto na trilha sonora. A perspectiva meio esquizofrênica usada quando as garotas estão mais chapadas é genial e muito bonita visualmente. Apesar disso, é claro que o filme não é perfeito e tem suas falhas, mas não tenho do que reclamar. Entregou mais do que eu esperava, isso já é um ótimo ponto.

Continua tão bom quanto da primeira vez que assisti. A nota no Letterboxd não condiz em nada com a qualidade da história.

Watched on Wednesday December 18, 2024.

Watched on Sunday December 15, 2024.

Só existe um lado certo para se defender neste filme... E não é o lado dos trabalhadores. Vamos lá.

Após um sequestro que acabou em morte, Tereza (Malu Galli) que foi feita de refém na situação, desenvolveu um grau elevado de transtorno de estresse pós-traumático. Tentando manter sua esposa segura, Roberto (Tavinho Teixeira) se muda com a família para a cobertura, providencia um carro blindado e leva-a para a fazenda da família, com o intuito de tirá-la de toda tensão da cidade grande. Excelente ideia, né? Teoricamente, sim.

Uma atitude nobre do marido em fazer todo esse esforço para cuidar da sua companheira, mas o momento que ele decidiu fazer isso foi o mais estúpido possível. Justamente naquele mesmo dia, o capataz, por ordem do próprio Roberto, anunciou aos empregados rurais que aquelas terras estavam sendo vendidas para a construção de um hotel de luxo, deixando todos ali desempregados e sem terem para onde ir, desencadendo uma revolta entre os trabalhadores.

Olhando por este ponto de vista, a revolta daquelas pessoas é justa e compreensível, porém elas perdem o controle e acabam sujando as mãos de sangue, culminando com a Tereza dentro do carro blindado, tendo que sobreviver aos ataques e tentativas desesperadas de assassinato contra ela, que não fez nada contra ninguém ali. A diferença de classes, o trabalho análogo à escravidão, a humilhação e o desamparo do patrão não justificam tais atitudes.

Propriedade (2022), do pernambucano Daniel Bandeira, é um filme bem interessante, intrigante e bem dirigido, mas que peca bastante em não dar um desfecho para sua história, que caminhava para um final trágico e impactante. Entendemos o que acontece, porém não é mostrado ou citado qualquer tipo de consequência para os atos finais. O que se resolve? A solução de tacar areia por cima de uma conclusão coesa sempre parece preguiçosa, clichê e sem inspiração. O que é uma pena para uma obra que no geral foi tão boa de assistir.

A verdade é que o brasileiro está carente por um filme que leve o seu nome lá pra fora, por isso descarregaram todo seu amor e esperança em Ainda Estou Aqui (2024) para honrar toda a injustiça que filmes nacionais incríveis sofreram no Oscar.

Central do Brasil (1998), do mesmo Walter Salles, foi indicado e merecia muito ter vencido nas duas categorias que concorreu. Anos depois, Bacurau (2019) e Retratos Fantasmas (2023) do meu conterrâneo, Kleber Mendonça Filho, mereciam muito serem indicados e foram completamente esnobados. Então, surge uma luz no fim do túnel, com um filme que é infinitamente inferior aos citados acima.

Posso dizer que esse filme é ruim? Lógico que não. Inclusive a minha nota aqui é a prova que eu gostei, só que o hype em cima dele tá tão alto que as minhas expectativas também estavam, mas a obra em si não é pra tanto. O maior destaque, sem sombra de dúvidas, é para a atuação espetacular da Fernanda Torres (digna de Oscar, sim!), porém isso não torna o filme espetacular. Na verdade, é o que acaba o salvando.

Falar sobre o período de ditadura militar no Brasil e querer chocar com tanta sutileza não funciona. Mesmo partindo mais do ponto de vista da Eunice (Fernanda Torres) e tendo sido inspirado no livro que deu nome ao filme, escrito pelo Marcelo Rubens Paiva na vida real, o filme precisava de mais cenas que realmente mostrassem como aquele período foi terrível e como a nossa história está manchada de sangue.

Mesmo assim, gostei muito do filme como um todo, da ambientação, da trilha sonora, da fotografia e das atuações. Caso venha a concorrer mesmo ao Oscar, terá a minha torcida, principalmente se a Fernanda Torres concorrer a Melhor Atriz na premiação. E caso venha a concorrer como Melhor Filme, minha tendência será torcer também que ele vença, já que a bosta de Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo (2022) ganhou, por que não um filme que pelo menos é bom e é nosso?

Flow (2024) acompanha um gato selvagem precisa escapar de uma inundação (várias, na verdade) que deixa praticamente toda superfície terrestre debaixo d'água, de modo que os animais conseguem sobreviver apenas em barcos que encontram.

Nessa jornada de adaptação e sobrevivência, o gato encontra outras espécies como: uma capivara, um lêmure, alguns cachorros e um tipo de ave gigante que acabam se tornando seus companheiros de viagem. Tudo isso sem nenhuma linha de diálogo, apenas os sons característicos dos próprios animais.

Não tem muito o que dizer, o filme todo tem um visual lindo se tratando da natureza, mas apenas ok em relação aos animais, porém e eu amo filmes de gato, por isso talvez esteja avaliando com uma nota até um pouco maior do que ele merece. Mas foi uma boa experiência, mesmo não respondendo algumas questões que a própria obra deixou em aberto, como todos os vestígios de humanidade e as construções humanas encontradas. Há quanto tempo foram extintos? Será que, assim como os animais, o ser humano também encontrou uma maneira sobreviver? Não se sabe.

Alien: O Oitavo Passageiro (1979), de Ridley Scott, combina elementos de suspense psicológico, trazendo um design futurista e temas existenciais, tornando-se desde o seu lançamento um clássico do cinema de ficção científica e terror. A história se passa no ano de 2122, cerca de 30 anos após os acontecimentos de Prometheus (2012), e segue a tripulação da nave espacial Nostromo, que responde a um sinal de socorro vindo de um planeta chamado LV-426, onde encontram uma nave alienígena abandonada e acabam despertando uma criatura mortal.

O ritmo da trama equilibra perfeitamente o suspense crescente com momentos de terror intenso. A estrutura narrativa torna bastante imersiva a atmosfera claustrofóbica da nave, utilizando iluminação sombria e ângulos apertados para intensificar a sensação de confinamento e perigo iminente, explorando a luta pela sobrevivência e medo mais primordial da humanidade: o medo do desconhecido.

Além de ser um marco do gênero, o filme, através de sua protagonista Ellen Ripley (Sigourney Weaver), marcou um ponto de virada para a representação de mulheres em papéis principais no cinema de ação e ficção científica, servindo de inspiração para personagens como Sarah Connor, da franquia O Exterminador do Futuro. Em muitos momentos, Ripley demonstra muita coragem e resiliência ao enfrentar o xenomorfo sozinha com determinação, sagacidade e astúcia, mesmo possuindo recursos limitados, enquanto ainda consegue proteger o gatinho que está à bordo.

Watched on Wednesday November 27, 2024.

Garota Exemplar (2014) começa com o desaparecimento de Amy Dunne (Rosamund Pike), uma renomada escritora, no quinto aniversário de casamento com Nick Dunne (Ben Affleck). O filme aborda como a narrativa midiática pode moldar a percepção pública, o retratando como o marido insensível e agressivo, e à medida que a investigação avança, Nick se torna o principal suspeito, mas será mesmo que ele é o culpado?

Amy Dunne cria uma persona pública perfeita, "Amy Exemplar", que contrasta com sua verdadeira personalidade. Através disso, ela manipula a imagem que as pessoas têm dela, utilizando a mídia social para construir uma narrativa falsa sobre sua vida. Amy e Nick representam publicamente a fachada da felicidade, do amor platônico e a imagem perfeita de casal, mas por trás disso existe um casamento fracassado e cheio de ressentimentos.

A obra faz uma crítica sobre como a sociedade contemporânea é facilmente manipulável e julga e condena os outros baseados em aparências e narrativas superficiais. Trazendo, no fim de tudo, uma mensagem de que ser bom ou ruim é relativo e depende do ponto de vista.

Que privilégio ter assistido essa obra-prima no cinema, ainda mais sendo o primeiro cinema que eu fui na vida (lá pelo ano 2000). A experiência da remasterização em 4K, a imersão sonora e o conforto de ver Central do Brasil (1998) em um telão é indescritível.

Eu me emocionei muito com a saga da Dora (Fernanda Montenegro), que trabalha como escritora de cartas para analfabetos na Estação Central do Brasil, Rio de Janeiro, e acaba se envolvendo com o garoto Josué (Vinícius de Oliveira) desde que descobriu que ele havia acabado de perder a mãe e tentava encontrar o pai, que mora em algum lugar do sertão nordestino.,

Me perguntava se o filme era realmente tudo isso que dizem sobre ele, e sim, ele é. Me perguntava também sobre o nível da atuação da Fernanda Montenegro por tudo que já ouvi falar da injustiça que ela sofreu no Oscar. Sim, ela é espetacular no papel e o prêmio não poderia ter sido entregue a outra pessoa, mas foi e isso será sempre uma mancha para a Academia.

O único erro dessa mãe foi não ter matado essa criança nos seus 5-6 anos, desde que o menino apresentou os primeiros traços de psicopatia.

Jasper Newell e Ezra Miller no papel de Kevin foram simplesmente espetaculares.

“Sua irmã vai ser a número um no mundo inteiro sem a menor dúvida. Eu sei disso. Mas você, você vai ser a melhor que já existiu. Você vai ser a maior de todos os tempos.” – Richard Williams, falando com Serena Williams.

Ótima atuação do Will Smith, mas ter ganhado o Oscar de Melhor Ator em 2022, ao invés do Benedict Cumberbatch em Ataque dos Cães (2021), segue sendo um dos maiores assaltos da história da premiação.

Eu tava com muito medo do que aconteceria com o roteiro desse filme. A chance de ser uma lambança sem pés nem cabeça era imensa, já que o próprio Deadpool (Ryan Reynolds) tem essa pegada mais nonsense. Só que tudo em Deadpool & Wolverine (2024) é extremamente coerente, mesmo com todas as participações especiais e quebras da quarta parede.

Eu não sou fã do Ryan Reynolds, justamente por ele não ser versátil, querer bancar o galã e atuar exatamente da mesma forma em todos os filmes que faz. Mas ele nasceu para este personagem, ele é o Wade Wilson (até canadenses os dois são) e o que ele entrega aqui, tanto na atuação quanto como co-roteirista é extremamente divertido.

Sobre o Hugh Jackman, nem tem o que falar sobre o Wolverine dele. Ele voltou de forma magistral, e o melhor, sem comprometer o seu legado nem o final de Logan (2017). Apesar do teor escrachado, tudo aqui foi feito com bastante cuidado para agradar tanto os nerdolas mais exigentes quanto quem só assiste filmes de heróis eventualmente.

Eu amei a construção da história, as referências à outros filmes e ao acervo da antiga Fox. Foi muito bom ver a Dafne Keen de volta como X-23, imagino como tenha sido emocionante para ela, ter tido essa oportunidade de "reviver" sua personagem e atuar novamente com o Hugh.

Além de tudo, a trilha sonora é sensacional e todas as cenas de luta envolvendo principalmente os dois protagonistas foram épicas. Quando a gente já teve a chance de assistir duas pessoas que não morrem tentando matar um ao outro? Cinema puro! Superou bastante as minhas expectativas (que não eram tão altas) e se mostrou muito melhor do que eu imaginava. Filmaço!

A Pele Que Habito (2011), de Pedro Almodóvar, apresenta o Dr. Robert Ledgard (Antonio Banderas), um cirurgião plástico brilhante e obsessivo que, após perder sua esposa em um incêndio, dedica-se a criar uma pele artificial resistente a queimaduras. Seu segredo é que ele mantém uma mulher chamada Vera (Elena Anaya) em cativeiro em sua mansão, usando-a como cobaia em experimentos para desenvolver sua pele artificial.

[SPOILER ABAIXO] ⚠️
Vera é, na verdade, Vicente (Jan Cornet), um jovem que abusou de Norma Ledgard (Blanca Suárez), a filha do cirurgião, que em um ato de vingança, sequestrou Vicente e, ao longo dos anos, o transformou fisicamente em Vera, realizando cirurgias para mudança de sexo e de aparência.

Qual o limite da crueldade quando se trata de uma vingança? Essa é a pergunta que o filme nos faz o tempo todo enquanto se desenrola em uma sequência de eventos que mostram os abusos, manipulações e os traumas sofridos por Vera/Vicente. O que no começo era satisfatório (e ao mesmo tempo impactante), ao decorrer da obra se torna algo muito chocante.

O longa me proporcionou diversas reflexões éticas e existenciais e me fez questionar qual o limite da identidade humana. Até que ponto um homem sis heterossexual, tendo contra sua vontade feito uma cirurgia de troca de sexo, seguirá se enxergando/sentindo como um homem? Isso é muito louco, assustador e perverso.

O filme simboliza o corpo como uma "pele" que tanto protege quanto aprisiona. Para Vera, seu novo corpo é uma prisão imposta, mas também um escudo que eventualmente lhe permite escapar e reivindicar sua liberdade. Isso reflete um dilema existencial: a tensão entre a liberdade individual e as limitações impostas pelo corpo físico.

A transformação de Vicente em Vera é uma metáfora para a fragilidade da identidade humana. O filme sugere que a identidade é mais do que aparência, sendo enraizada na memória, na experiência e no sentido interno de si. A história de Vera destaca a luta humana para preservar a essência do "eu" diante de mudanças externas extremas.

A narrativa tem seu ápice em um ato de libertação, quando Vera/Vicente confronta e mata Ledgard. Este ato simboliza a vitória da essência humana sobre a opressão externa. A fuga final de Vera é uma afirmação existencial da liberdade individual e da resiliência do espírito humano, mesmo diante de traumas devastadores.

O obra como um todo é uma reflexão profunda sobre a condição humana. Psicologicamente, ela explora os efeitos do trauma, a luta pela identidade e os limites do controle humano. Existencialmente, ela nos desafia a considerar as relações entre corpo, mente e liberdade. Pedro Almodóvar é espetacular em nos confrontar com questões como: "Quem somos quando nosso corpo nos é tirado?" e "até que ponto podemos reconstruir nossa identidade diante de mudanças impostas?".

Watched on Tuesday November 12, 2024.

Era uma vez, cavalos selvagens que viviam em paz nas montanhas de Utah, Oeste dos Estados Unidos, mas o maldito ser humano chegou para estragar a vida dos bichos, separando-os de suas famílias e amigos.

Uma égua narra toda a sua história com a voz impecável de Kate Winslet. Muitos daqueles cavalos não tiveram sorte e foram levados para lugares horríveis, porém seu destino começa a mudar quando um treinador de cavalos chamado John Manly (Iain Glen), que veio de Nova York, se interessa por ela, compra-a e leva-a para Birtwick, um santuário de cavalos.

Embora ela sinta que John seja alguém bondoso, a mustangue se recusa a cooperar em ser domada e continua agindo de forma agressiva com qualquer um que tente se aproximar. Certo dia, John é informado por telefone que sua irmã e o marido dela morreram em um acidente de carro, deixando uma filha órfã, Jo Green (Mackenzie Foy), que John ficaria responsável legalmente para para cuidar dela, por ser o parente "mais próximo".

Jo, que não tinha nenhum tipo de vínculo com o tio, não quer nenhum tipo de proximidade, mas fica encantada com o seu trabalho e principalmente com o mustangue negro até então indomável. Eventualmente, a égua reconhece a dor de Jo como semelhante à dela e as duas se conectam, criando uma parceria muito sincera. Jo a nomeia como Beleza Negra e John consegue convencê-la a trabalhar nos estábulos para que ela possa estar perto e cuidar da égua.

“Galopamos como se nada no mundo pudesse nos deter. Éramos dois seres, mas por alguns momentos éramos um só”.

Beleza Negra: Uma Amizade Verdadeira (2020) me trouxe emoções que fazia tempo que eu não sentia assistindo: chorei, me desesperei, sorri, chorei de novo. Cavalos são animais maravilhosos e o filme é lindo demais (minha mãe com certeza teria amado assistir). Eu não entendo as notas tão baixas, talvez por ser um remake e pelo fato do filme original ter um cavalo macho ao invés de uma fêmea, mas isso é a maior besteira do mundo. É muito injusto odiar um filme pela mudança de gênero de um animal, ainda mais por isso não mudar ou atrapalhar a trama em absolutamente nada.

Fiquei super empolgado para assistir Beleza Negra (1994) e ver se a primeira obra é tão emocionante, delicada e tocante quanto a segunda. Espero que sim.

Watched on Saturday November 2, 2024.

Assisti na escola que eu trabalho, finalizando a temática dos contos de terror e dos medos. E filme encaixou perfeitamente bem com o contexto.

A história de Orion e o Escuro (2024) apresenta um garoto chamado Orion que tem medo de absolutamente tudo, principalmente do Escuro, que acaba se mostrando excelente e extremamente importante para o equilíbrio da vida.

A temática do filme mudou várias vezes em tão pouco tempo e não voltou para complementar o que tinha sido apresentado. Isso acabou me incomodando, principalmente pela aleatoriedade do final, que parecia não saber mais o que queria entregar.

Mas entendo que é uma história feita principalmente para as crianças e que uma linearidade em uma obra pode acabar tornando ela entediante para elas. Ainda assim, ela traz boas reflexões e nos ensina que precisamos enfrentar e superar nossos medos, sem desmerecer a importância de tê-los em certos momentos.

“Talvez ter medo faça parte da vida”.

O Segredo de Marrowbone (2017) acompanha os irmãos Jack (George MacKay), Jane (Mia Goth), Billy (Charlie Heaton) e Sam (Matthew Stagg), que se mudam com sua mãe, Rose (Nicola Harrison), para uma casa velha e isolada no campo para começarem uma nova vida após escaparem de um pai abusivo, Simon Fairbairn (Tom Fisher), que esconde uma história sinistra.

Após a morte da mãe, deixando Jack responsável pelos irmãos mais novos. Porém, por não ter a idade legal para se tornar tutor de seus irmãos e evitar que os serviços sociais os separem, eles se isolam do mundo e decidem esconder a morte da mãe.

Allie (Anya Taylor-Joy), uma garota local, é a única pessoa que eles mantém contato e confiam, se tornando uma grande amiga para todos e consequentemente, o interesse amoroso de Jack. Do outro lado, quem tem afeição não correspondida por Allie é Tom Porter (Kyle Soller), advogado da cidade, responsável por cobrar a taxa e a assinatura de Rose para terminar a papelada que transfere a propriedade da propriedade para Rose.

Desesperados por dinheiro e em pânico de que Tom descobriria a morte de Rose, os irmãos decidem usar o valor de um cofrinho escondido que pertencia ao pai e falsificar a assinatura de Rose nos papéis. Portanto, além de lidar com toda a especulação por parte do advogado, eles ainda precisam lidar com os dilemas morais, já que aquele dinheiro é considerado sujo por parte de alguns dos irmãos.

Sergio G. Sánchez dá ênfase na atmosfera e na tensão psicológica. Ele usa o cenário isolado da casa dos Marrowbone para criar uma sensação claustrofóbica e sombria e também a sensação constante de que existe algo mal-assombrado naquele lugar. A direção de Sánchez foca na narrativa sutil, deixando muitas coisas implícitas, tornando a experiência mais intrigante e surpreendente enquanto tentamos desvendar a verdade junto com os personagens.

[SPOILER ABAIXO] ⚠️
O maior trunfo da obra é o grande plot twist, que revela que Jack sofre de transtorno dissociativo de identidade (TDI) como resultado do trauma causado pelo pai abusivo. Na realidade, os outros irmãos morreram após uma briga com o pai, e Jack "mantém eles vivos" em sua mente para lidar com sua culpa e luto. Os fantasmas que assombram a casa não são literais. Em vez disso, representam a psique fragmentada de Jack e sua luta interna para deixar seus entes queridos irem.

Essa reviravolta recontextualiza toda a obra, transformando-na de uma história de casa mal-assombrada a uma exploração da saúde mental debilitada, do estresse pós-traumático e do poder dos laços familiares. Uma obra impecável, atenta aos pequenos detalhes como cada chuva que caia, que contou com uma grande atuação do George MacKay e soube "enganar" o tempo todo, sem tornar-se desinteressante em nenhum momento.

Watched on Thursday October 31, 2024.

Watched on Monday October 28, 2024.

Grace (Samara Weaving), uma jovem pobre que nunca teve uma família de verdade, está prestes a se casar com Alex Le Domas (Mark O'Brien), membro de uma família rica e excêntrica que fez fortuna através de jogos de tabuleiro. Na noite de núpcias, Grace é convidada a participar de uma tradição familiar macabra que envolve alguns jogos, o que ela não imaginava é que sua vida estaria em perigo.

A tradição dos Le Domas diz que cada novo integrante da família precisa participar de um jogo que será determinado por um "sorteio" sobrenatural. Para o azar de Grace, ela acaba sorteando "Esconde-Esconde", um jogo mortal no qual ela precisa se esconder na enorme mansão enquanto todos os membros da família estão em sua caça para tentar matá-la antes do amanhecer. Aos poucos Grace passa de uma figura ingênua e idealista para alguém desesperado por sobrevivência.

A violência em Casamento Sangrento (2019) é apresentada de forma gráfica e exagerada, mas também com um tom cômico, o que cria uma mistura de horror e humor negro. A brutalidade dos assassinatos e o absurdo das mortes são representados de modo a parecerem grotescas e irônicas, refletindo o desprezo e a insensibilidade da família Le Domas pelas vidas alheias.

Essa violência extrema também se manifesta na luta da protagonista pela sobrevivência, onde Grace é ferida de diversas maneiras e forçada a tomar medidas radicais para escapar, o que a transforma em uma personagem resiliente e determinada.

Longe de ser apenas um recurso visual, a violência no filme é um comentário sobre as tradições bizarras e o que as elites estão dispostas a fazer para manter seu poder (ou por diversão). O ritual da família é a representação dos excessos e da decadência moral da aristocracia. A ideia de sacrificar alguém para manter o padrão econômico e social da família é uma crítica à insensibilidade das elites e ao valor distorcido que elas dão ao poder e ao dinheiro.

Mas, na verdade, o filme utiliza o tema de "sacrifício humano" para falar sobre como a tal tradição pode simplesmente ser um pretexto para justificar a barbárie, o abuso e o controle familiar. Sei bem do que os ricos são capazes, mas não posso nem imaginar tudo que eles fazem sem que ninguém saiba.

Depois de anos apresentando um popular programa de TV de aeróbica, a ex-atriz vencedora do Oscar e ícone fitness Elisabeth Sparkle (Demi Moore) tem tudo o que sempre sonhou. Ela é rica, famosa e símbolo de sensualidade, seu nome tem uma estrela na Calçada da Fama e seu rosto está estampado em gigantes outdoors em Hollywood. No entanto, no dia em que ela faz 50 anos, seu chefe Harvey (Dennis Quaid) a informa que seu tempo no estúdio está chegando ao fim, alegando que isso é apenas uma consequência da mudança de gosto dos espectadores, mas ela sabe que é por causa da idade dela.

Abalada por ter sido dispensada, ela sofre um acidente de carro e descobre um produto misterioso replicador de células chamado "A Substância", que promete criar uma melhor versão de si mesma, ou seja, mais jovem, mais bonita e com o carisma necessário para conquistar um novo espaço no show business, permitindo que ela continue sendo uma estrela de TV.

Porém, a tal substância tem uma regra absoluta: ela e seu alter ego devem desligar a cada sete dias, sem exceção, enquanto uma está "ligada" a outra fica "desligada". Elas compartilham a mesma consciência, mas conforme Elisabeth e seu eu mais jovem, Sue (Margaret Qualley) continuam neste processo, elas aprendem sobre os efeitos colaterais e suas mentes começam a divergir. O que pode acontecer de ruim se ela ficar como Sue um ou dois diazinhos a mais?

A Substância (2024) traz uma mensagem muito forte sobre como nossa cultura obcecada pela juventude leva principalmente as mulheres a se entupirem de medicamentos cosméticos, suplementos sem comprovação científica e cirurgias plásticas que prometem o tão sonhado rejuvenescimento, tudo isso para se inserirem nos padrões de beleza da sociedade.

Me impressionei demais com a entrega da Demi Moore e da Margaret Qualley nos seus papéis, principalmente diante de tantas cenas de nudez (que são totalmente necessárias para a obra). Demi como Elisabeth captura de forma impecável a angústia, a revolta e a fragilidade de uma mulher envelhecendo em uma indústria que supervaloriza a juventude, revelando a insegurança e a desesperança.

Enquanto Margaret como Sue encarna a juventude e a beleza idealizada, transmitindo uma aura de confiança e um carisma hipnotizante. A atriz revela a faceta manipuladora, ambiciosa e calculista de Sue, contrastando com sua imagem angelical. Impecáveis, perfeitas.

A direção de Coralie Fargeat é visceral e provocativa. A estética visual da sua obra é marcante, não apenas pelo body horror, mas também pela utilização de cores vibrantes e alegres, que contrastam com a temática densa, além da minuciosa experiência sensorial presente nos pequenos detalhes que tornam a experiência no cinema ainda mais imersiva. Um filme que dificilmente sairá da cabeça.

Watched on Sunday October 20, 2024.

“Era uma vez uma ilha cheia de todos os tipos de animais que brigavam, corriam e se escondiam. Mas eles estavam principalmente com medo. Então um dia, um robô caiu do céu. Roz. Ela tinha ideias estranhas. Ela acreditava que a gentileza era uma técnica de sobrevivência. E sabe de uma coisa? Ela estava certa.”

Após sua caixa se perder no mar, a robô ROZZUM 7134, programada para servir e realizar todos os tipos de tarefas que lhe forem ordenadas, se encontra sozinha e perdida em uma ilha repleta de animais selvagens. Sem nenhum conhecimento sobre a natureza, ela precisa aprender o modo de ser e agir daqueles seres em um ambiente completamente novo e desafiador.

Robô Selvagem (2024) é uma belíssima animação da DreamWorks, que vem recebendo bastante elogios da crítica e do público em geral. Eu posso afirmar que tudo isso é mais do que merecido, não apenas pela bela animação, mas também pela linda história de amizade entre a robô que ficou conhecida como Roz e seus amigos animais, que à primeira vista viam-na como um monstro ameaçador e depois de um tempo tornaram-se inseparáveis.

Uma obra delicada e emocionante, digna de todos os elogios do mundo. Que bom que a sequência foi confirmada, quero muito mais desta história.

Watched on Monday October 21, 2024.

Watched on Saturday October 19, 2024.

Julia (Maika Monroe) acaba de se mudar de Nova York para Bucareste, Romênia, após seu marido, Francis (Karl Glusman), receber uma grande promoção. O grande problema é que ele está constantemente trabalhando e ela, que não é fluente em romeno como ele, tenta aproveitar sua nova e solitária existência explorando a cidade sem rumo, para não ficar trancada em um quarto o dia todo.

No entanto, ela percebe a silhueta de um homem no prédio de frente ao dela que não para de olhar para seu apartamento. Ela fica assustada e convencida de que ele a está observando e possivelmente até mesmo seguindo. Esse sentimento é agravado pela notícia de um serial killer local que tem como alvo mulheres de sua idade.

Observador (2022), sem dúvidas, não é tanto sobre se as suspeitas de Julia estão corretas ou não, mas sim sobre sua paranoia e o sofrimento que ela causa. Além disso, também é explorada a fragilidade de se sentir sozinha em um país tão diferente do seu, sem entender o idioma e sem poder contar com as autoridades locais, por não ter nenhuma prova de que o homem está realmente a seguindo.

Apesar disso tudo, o filme não prende a atenção, não avança de forma interessante e não causa a tensão que deveria causar. O seu ritmo todo é bem arrastado e só se torna minimamente interessante nas cenas finais. Se fosse mais longo, seria pior, então para um filme de 1 hora e meia tá bom. Mediano.

Watched on Sunday October 13, 2024.

Coringa: Delírio a Dois (2024) merecia nota 0 por estragar completamente um personagem que foi tão bem construído no primeiro filme. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) teve seu ápice no final de Coringa (2019), começando a partir dali a tornar-se o vilão tão icônico do universo do Batman (sem necessariamente precisar dele). Ainda assim, não precisava de uma continuação. Não deveria ter uma continuação!

Mas o dinheiro sempre fala mais alto, né? Então Todd Phillips, no papel de diretor e roteirista, aceitou o cachê milionário, Joaquin Phoenix também e ainda tiveram o "reforço" de Lady Gaga, que viria no papel de Arlequina (e transformaria o filme em um musical). Se isso já não fosse ruim por si só, soma-se a total falta de criatividade do roteiro que tentou se escorar em resgatar e reciclar cenas do seu antecessor.

Lady Gaga está apagada e é completamente irrelevante para a história, sua personagem além de mal construída, não tem nenhuma química com o Coringa em nenhuma das cenas que eles estão juntos.

Tudo aqui é bem ruim e se resume em músicas péssimas e um julgamento para decidir se Arthur Fleck é culpado ou não pelos assassinatos cometidos dois anos atrás, o que além de ser entediante, quebrou completamente o mistério do final do primeiro filme, que deixava em aberto se tudo aquilo era real ou fantasia criada pela mente dele.

Lamento a quem pagou para assistir essa merda no cinema. Eu vou tentar fingir que esse filme nem existe e que eu não perdi duas horas da minha vida assistindo isso.

Coloquei esse filme na sala de aula para substituir Divertida Mente 2 (2024), que não estava entretendo as crianças. E pasmem, esse aqui atraiu quase que totalmente a atenção delas e elas ficaram hipnotizadas com as cores, a bela animação e a trilha sonora marcante.

Enquanto a mim... Confesso que Meu Amigo Robô (2023) me causou sentimentos mistos. O filme é muito lindo, tem uma animação fofa, mas é muito triste e em alguns momentos revoltante. O Cachorro deveria ter se empenhado mais por seu grande amigo ao invés de simplesmente abandoná-lo por longos meses.

Tudo que o Robô enfrentou sozinho é de cortar o coração. No final, achei acertada a escolha dele, apesar de no seu íntimo ele estar balançado. Não seria justo consigo mesmo, nem com o Guaxinim que lhe deu uma nova e alegre vida.

No último capítulo da saga de Kenshin Himura (Takeru Satoh), o ex-assassino conhecido como Battousai, o líder da máfia de Xangai, Enishi Yukishiro (Mackenyu Arata), chega a Tokyo para procurar Kenshin. Para chamar a sua atenção e fazê-lo sentir-se culpado, ele seus aliados, que têm ódio de Kenshin, começam a atacar a cidade. Apenas quando Kenshin fica frente a frente com Enishi, ele descobre que o responsável por tudo aquilo é o irmão de Tomoe (Kasumi Arimura), que afirma que seu objetivo é que Kenshin sofra por toda dor que ele sentiu quando Kenshin matou sua irmã, esposa dele na época.

Kenshin finalmente se abre e revela sua trágica história a Kaoru (Emi Takei), Sanosuke (Munetaka Aoki), Megumi (Yū Aoi) e Yahiko (Riku Ōnishi), contando que quinze anos atrás, quando ele trabalhava para o governo, ele se apaixonou por Tomoe, que era uma espiã do Shogunato, cuja intenção original era matar Kenshin para vingar seu falecido noivo (o homem que deu a Kenshin sua primeira cicatriz antes de ser morto por ele). Porém, quando os assassinos com quem ela se aliou tentaram emboscar Kenshin, Tomoe os bloqueou e foi acidentalmente morta pelo próprio Kenshin, arco que foi apresentado em Samurai X: O Início (2021).

Antes de seu último suspiro, ela estava segurando uma faca enquanto acariciava a bochecha de Kenshin e deu a ele sua segunda cicatriz, resultando na icônica cicatriz em forma de X na sua bochecha. Depois disso, Kenshin prometeu diante do último suspiro de sua amada que nunca mais mataria ninguém com a sua espada.

“Uma cicatriz criada por uma raiva justificada não desaparecerá até que essa raiva passe”.

Achei o desfecho de Samurai X: O Final (2021) digno, porém arrastado e repetitivo. A trilha sonora presente nos cinco filmes já não funcionava mais e os personagens secundários já não tiveram mais nenhuma relevância, mesmo assim eu gostei bastante como um todo, principalmente das cenas de luta. Experiência foda, especialmente para quem nunca havia lido o mangá nem assistido ao anime.

Coloquei para as crianças assistirem na escola que eu trabalho. Elas adoraram, mas obviamente não ao ponto de perceberem que estavam diante do melhor filme de animação de todos os tempos.

Obra-prima.
Impecável.
Perfeito.

Ponto Cego (2018) foi escrito e estrelado por Daveed Diggs e Rafael Casal. Ambientado em Oakland, Califórnia, o filme oferece um retrato sem filtros da vida urbana naquele local. A história acompanha Collin Hoskins (Daveed Diggs), um homem negro em liberdade condicional, que está nos últimos três dias do seu período de um ano de condicional. Ele trabalha como carregador com seu amigo de infância Miles Turner (Rafael Casal), um homem branco com uma personalidade extremamente explosiva.

Enquanto Collin tenta se manter longe de problemas, ele testemunha um policial branco atirando em um homem negro desarmado, um evento que o assombra e o faz ter pesadelos e desenvolver uma espécie de estresse pós-traumático. Seu medo e sensação de impotência ecoam as experiências de muitos negros americanos que se sentem alvos da polícia.

O filme aborda o impacto emocional da brutalidade policial, assim como o estado constante de ansiedade que isso gera. Além disso, a dinâmica dos dois amigos é sempre um ponto a ser questionado, já que os dois são bem diferentes quanto ao modo de ser. Val (Janina Gavankar), ex-namorada de Collin, sempre o alerta sobre os perigos que podem resultar dessa amizade com Miles, que pode acabar o colocando em maiores encrencas e o mandar de volta à cadeia.

Antes de qualquer coisa, Divertida Mente 2 (2024) é melhor que Divertida Mente (2015)? A resposta é sim. Primeiramente, porque o primeiro filme não é lá essa obra-prima que todos falam, segundo que este novo traz uma temática muito mais madura. Mas é preciso destacar que, apesar das emoções fofinhas e do design dos personagens bem cativante e atrativo para as crianças, este não é um filme voltado para esse público (quando à temática, pelo menos), e é isso que o torna mais interessante.

Agora Riley Andersen é uma pré-adolescente de 13 anos e tudo está ótimo (só que não). Agora que a tão temida puberdade começa. Suas emoções personificadas agora supervisionam um elemento recém-formado da mente de Riley chamado de “Senso de Si”, que abriga memórias e sentimentos que moldam as crenças de Riley. Alegria, com o objetivo de preenchê-lo apenas com memórias positivas, criou um mecanismo que lança memórias negativas para o fundo da mente de Riley.

Mas tudo sai do controle quando novas emoções aparecem de repente: Ansiedade, Inveja, Vergonha e Tédio. As novas emoções eventualmente decidem, no entanto, que as velhas emoções não são mais necessárias, e as banem da sede. Então, as velhas emoções têm que voltar antes que as novas emoções mudem Riley para sempre.

O filme além de explorar os novos sentimentos presentes nessa idade, também explora bem o tema das amizades e a busca pelo senso de identidade nos jovens durante a puberdade, e apresenta a ideia de que não existem emoções totalmente boas ou totalmente ruins, todas são importantes em algum momento.

Reassistindo pela primeira vez desde 2016, quando eu ainda estava cursando Psicologia e houve um sessão + debate do filme na faculdade. Divertida Mente (2015) acompanha uma garota de 11 anos chamada Riley Andersen, enquanto ela lida com uma grande virada de chave em sua vida quando sua família se muda de Minnesota para São Francisco, longe de todos os seus amigos.

O filme personifica as emoções humanas: Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho, que operam a partir do Centro de Controle na mente de cada pessoa. No caso da Riley, o problema da Alegria é sua dificuldade em aceitar a Tristeza como parte importante das emoções da garota. Ela acredita que deve manter a Riley sempre feliz, impedindo que outras emoções tomem o controle ou sejam guardadas em sua memória.

Mas, ao longo da história, Alegria (que mesmo bem-intencionada, é a grande vilã deste primeiro filme) aprende que o sentimento de tristeza é essencial para processar experiências difíceis e que reconhecer e acolher essa emoção pode levar a uma maior conexão e compreensão. Essa evolução ajuda Riley a encontrar um equilíbrio emocional e a se adaptar às mudanças em sua vida.

A Dra. Alice Howland (Julianne Moore), uma professora de linguística de 50 anos na Universidade de Columbia vive o auge da realização profissional, porém sua vida sofre uma reviravolta trágica quando ela é diagnosticada com Alzheimer precoce. À medida que a doença progride, o senso de identidade e a plenitude mental de Alice começam pouco a pouco a se deteriorar.

A interpretação de Julianne Moore é sem dúvida o pilar do filme, sendo merecidamente considerada uma de suas melhores performances, digna do Oscar justíssimo de Melhor Atriz que recebeu.

Para Sempre Alice (2014), apesar do tema delicado, é bastante sutil retratando o lado mais humano da Doença de Alzheimer. Os dilemas que a obra levanta sobre viver ou morrer são bem impactantes. Confesso que torci por ela conseguir tomar os medicamentos e se matar, pois foi algo que ela planejou enquanto ainda tinha um certo domínio de sua consciência.

Túmulo dos Vagalumes (1988) é apenas o meu terceiro filme do Studio Ghibli. O primeiro foi o espetacular A Viagem de Chihiro (2001) do Hayao Miyazaki, o segundo foi O Conto da Princesa Kaguya (2013) do Isao Takahata, que por coincidência (ou não) é do mesmo diretor deste aqui. Em ambos os filmes do Isao, tive a mesma experiência: fui assistir com uma expectativa muito alta e o filme não entregou tudo que eu esperava.

“21 de Setembro de 1945. Essa foi a noite em que morri” – Seita Yokokawa.

A animação começa com a narração de Seita anunciando a sua morte em uma estação de trem, e o resto da história é contado através de flashbacks. A obra foca na experiência devastadora de Seita e sua irmãzinha, Setsuko, enquanto eles tentam sobreviver aos constantes bombardeios americanos e enfrentam uma enorme escassez de comida no Japão durante a Segunda Guerra Mundial.

Seita assume a responsabilidade de proteger sua irmã, muitas vezes sacrificando seu próprio bem-estar para cuidar dela. A inocência de Setsuko contrasta com as duras realidades da guerra. Seus momentos de brincadeira, como fazer "comida" de barro ou se encantar com vagalumes, se destacam em meio ao cenário de morte, destruição e fome.

Até gostei do filme um todo, mas confesso que ele está bem longe de ser "o filme mais triste de todos os tempos", devastador, inesquecível, como eu já vi em várias listas. O que mais tirou o impacto da morte da Setsuko, foi justamente a cena inicial, que mostra o Seita morrendo de fome sozinho em um metrô. A partir desta cena, eu já sabia que em algum momento a irmã dele morreria, por isso, apesar de me apegar à fofura e inocência dela, não consegui ter esperança por sua sobrevivência.

Watched on Tuesday September 17, 2024.

A história de A Casa do Medo: Incidente em Ghostland (2018) segue Pauline Keller (Mylène Farmer), uma mãe que se muda com suas duas filhas adolescentes, Beth (Emilia Jones) e Vera (Taylor Hickson), para a casa herdada de uma tia.

Já na primeira noite, elas são brutalmente atacadas por dois invasores: um gordão perturbado e uma mulher magricela que parece transsexual. Pauline dá a vida enfrentando os dois para tentar salvar as filhas, mas de nada adiantou, o estrago já tinha sido feito e o trauma deixado pelo evento moldaria as vidas das duas garotas de maneiras profundamente diferentes.

Para lidar com o trauma, Beth acredita que anos já se passaram e que ela se tornou uma autora de sucesso de livros de terror, mas ao longo do filme, a trama revela que as memórias de Beth são, na verdade, mecanismos de defesa criados por sua mente para suprimir a verdade sobre o que aconteceu naquela casa.

Beth criou uma vida fictícia para escapar da brutalidade que ainda enfrenta. O filme revela que ela está sofrendo de um distúrbio dissociativo, pois sua mente não consegue lidar com a verdade. Ao longo da trama, ela luta para reconhecer que ainda está presa na casa, sendo torturada junto com sua irmã. Esse tema de dissociação mostra como a mente humana pode criar realidades alternativas para proteger o indivíduo de traumas insuportáveis.

Ao contrário de Beth, Vera permanece emocional e mentalmente presa no trauma. Ela vive constantemente em estado de pânico e paranoia, rendida ao fato de que os invasores ainda estão presentes e que ela não pode fazer nada. Sua incapacidade de escapar de seu sofrimento mental é uma representação intensa de como traumas profundos podem imobilizar uma pessoa.

A obra cita um artigo sobre uma invasões domiciliares realizadas por serial killers, mas não aprofunda suas motivações e nem outros detalhes sobre qual a ligação entre eles. Ainda assim, por mais misteriosos (ou pouco profundos) que eles sejam, são personagens amedrontadores por serem tão reais, principalmente por estarem lidando com duas adolescentes.

O filme não apenas explora o terror físico, mas também o psicológico de uma forma muito bem feita, dito isso, certamente não é fácil de digerir por ser tão violento, especialmente envolvendo personagens femininas de 15 e 16 anos sofrendo tantos abusos, mas a experiência é válida e a história é satisfatória. Eu torci muito por um final feliz.

“Qual é o seu filme de terror favorito?” – Ghostface.

Pânico (1996), dirigido por Wes Craven e escrito por Kevin Williamson, é um filme que revolucionou o gênero slasher ao combinar elementos de terror com metalinguagem e humor satírico. A trama segue a personagem Sidney Prescott (Neve Campbell), uma jovem emocionalmente traumatizada, tentando superar o assassinato de sua mãe, enquanto lida com uma nova onda de mortes e se torna alvo de um misterioso assassino mascarado conhecido como Ghostface.

O maior diferencial do enredo extremamente inteligente é que ele debocha sobre os clichês do gênero de terror, enquanto os personagens citam obras como Psicose (1960), Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980) e citam as "regras" que devem ser seguidas para sobreviver.

“Você ouviu isso, Stu? Ela quer um motivo. Eu não acredito em motivos, Sid. Norman Bates tinha um motivo? Descobriram porque Hannibal Lecter gostava de comer pessoas? É muito mais assustador quando não há motivo, Sid.” – Billy Loomis.

Billy Loomis (Skeet Ulrich) e Stu Macher (Matthew Lillard) são personagens muito bem construídos que trazem atuações intensas, perturbadoras e caóticas, especialmente no clímax do filme. Não posso deixar de citar também a Neve Campbell, que é perfeita como Sidney Prescott, que definiu completamente o arquétipo de "final girl" moderna.

Wes Craven, já renomado pelo sucesso de A Hora do Pesadelo (1984), mostrou com este filme que podia revitalizar o gênero que ele mesmo ajudou a popularizar. Sua direção equilibra momentos de tensão e suspense com humor pontual. O ritmo do filme como um todo é bem ágil e os efeitos práticos para os assassinatos são bem brutais e realistas.

Pânico hoje é um clássico absoluto e uma franquia de muito sucesso, e na época do seu lançamento foi um marco cultural que redefiniu totalmente o terror, tornando-se um dos filmes mais influentes do gênero, sendo referenciado até hoje em dia, além de ter criado um dos vilões mais icônicos de todos os tempos.

Confesso que comecei errado, assistindo primeiro a sátira Todo Mundo Em Pânico (2000), o que inclusive mudou a minha perspectiva e expectativa de plot, mas não mudou em absolutamente nada a minha experiência. Na verdade, só comprovou que ambos os filmes são geniais nas suas propostas.

– Garoto, qual o seu nome?
– Shinta.
– É um nome gentil demais para um espadachim. De hoje em diante, seu nome será Kenshin.

Samurai X: O Fim de Uma Lenda (2014) é a sequência direta de Samurai X: O Inferno de Kyoto (2014), concluindo a saga. Aqui a história continua de onde o filme anterior parou. Kenshin Himura (Takeru Satoh), o espadachim andarilho que jurou nunca mais matar, está à beira da morte após sua batalha com o Makoto Shishio (Tatsuya Fujiwara), que acabou jogando Kaoru Kamiya (Emi Takei) ao mar, e Kenshin, para tentar salvá-la, também se jogou.

Ele acaba sendo encontrado desacordado pelo seu antigo mestre, Seijuro Hiko (Masaharu Fukuyama), então ele acaba entrando em um novo treinamento para aperfeiçoar suas habilidades com a espada para dominar a técnica suprema de seu estilo, o Hiten Mitsurugi-Ryu, porém, antes de lhe ensinar, o seu mestre exige que ele reencontre a si mesmo e descubra o que o fez perder a vontade de viver, o que ele tem tanto medo e o motivo pelo qual ele luta sem matar.

Quando Kenshin conclui seu treinamento e está prestes a partir, Misao Makimachi (Tao Tsuchiya) chega com a notícia de que Kaoru está viva. Ela também diz a Kenshin que ele foi marcado como um criminoso procurado em todo o Japão por seu trabalho como Battousai durante a era Bakumatsu. Sabendo que Shishio pretende tomar Tokyo em seguida, Kenshin pretende retornar por uma rota secreta, porém ele acaba dando de cara com Aoshi Shinomori (Yusuke Iseya), que estava esperando por ele naquela rota após anos tentando encontrá-lo para um duelo.

Shishio descobre que, devido à sua incapacidade de suar, ele só consegue lutar por quinze minutos sem colocar sua saúde em risco. Mesmo assim ele está disposto a seguir com seu plano de conquistar o Japão a qualquer custo. O confronto final entre Kenshin e o exército de Shishio ocorre a bordo do navio de guerra blindado de Shishio, e Kenshin deve lutar para proteger o futuro do Japão.

A batalha final contra Makoto Shishio é simplesmente espetacular. Mesmo com a sua condição de saúde debilitada, o vilão derrota em sequência Kenshin, Sanosuke (Munetaka Aoki), Aoshi e o policial Hajime Saito (Yōsuke Eguchi) e depois enfrenta os quatro de uma única vez e, mesmo em enorme desvantagem, nocauteia todos. Que vilão foda!

A luta de Kenshin não é apenas física, mas profundamente moral. Ele está dividido entre seus ideais e a necessidade de enfrentar o mal representado por Shishio. O filme questiona se é possível proteger os outros sem recorrer à violência letal.

A obra é uma conclusão bastante satisfatória para a trilogia original, misturando poderosos temas de redenção e justiça com ótimas cenas de ação e uma fotografia sempre deslumbrante. As atuações de Takeru Satoh e Tatsuya Fujiwara são excelentes e o trabalho técnico da saga como um todo, a torna uma ótima opção para quem, assim como eu, não conhece nem o mangá nem o anime.

Continuando a história de Kenshin Himura (Takeru Satoh), o lendário espadachim que abandonou sua vida como assassino para se tornar um andarilho que protege os fracos, jurando nunca mais matar. A trama de Samurai X: O Inferno de Kyoto (2014) se passa após os eventos de Samurai X: O Filme (2012). Kenshin vive uma vida pacífica em Tokyo com seus amigos Kaoru Kamiya (Emi Takei), Sanosuke Sagara (Munetaka Aoki), Megumi Takani (Yū Aoi) e Yahiko Myojin (Kaito Oyagi), porém, o governo Meiji o convoca para enfrentar um novo inimigo: Shishio Makoto (Tatsuya Fujiwara), um ex-assassino que, após ter sido traído, queimado vivo e quase morto pelo governo, está reunindo um exército de guerreiros para derrubar o governo e mergulhar o Japão no caos.

Kenshin, relutante em voltar a usar sua espada para a violência, aceita o pedido para impedir que o Japão caia nas mãos de Shishio, que apesar de ter razão em relação ao desejo de vingança contra o governo japonês, está se mostrando cruel e impiedoso, colocando a vida de muitos inocentes em risco. Por isso, Kenshin parte em uma jornada para Kyoto e logo de cara acaba conhecendo Misao Makimachi (Tao Tsuchiya), uma jovem ninja que tentou roubar sua Sakabatou.

A ação na tela é bastante divertida sem perder o peso emocional, o que é um grande mérito do Keishi Otomo, o diretor. A coreografia também é excepcional, o uso de movimentos inventivos, a integração da luta no cenário combinados com um ritmo nítido e o uso magistral de tomadas de câmera maximizam o impacto visual das cenas de luta de espadas, além de apresentar um vilão extremamente interessante, cujos métodos podem ser questionáveis, porém sua motivação é mais do que justa.

Apesar de ser um filme voltado para os fãs do mangá, os roteiristas e o diretor criaram uma narrativa que serve muito bem para quem não conhece a obra base, já que, por causa de sua atenção e carinho com o cenário histórico, toda a saga acaba se tornando um deleite para qualquer pessoa com interesse em samurais e na história e na cultura japonesa.

Following the chronological order of album releases and tracklists:

💿 Kill 'Em All (1983):
🎬 The Four Horsemen [of the Apocalypse] (1962).
🎬 Anesthesia (2015).
🎬 Whiplash (2014).

💿 Ride the Lightning (1984):
🎬 For Whom the Bell Tolls (1946).
🎬 Fade to Black (2006).
🎬 Escape (2012).
🎬 Creeping Death (1972).

💿 Master of Puppets (1986):
🎬 Battery (2022).
🎬 Welcome Home (2018).
🎬 Sanitarium (2013).
🎬 Orion (2015).

💿 ...and Justice For All (1988):
🎬 ...and Justice For All (1979).
🎬 Eye of the Beholder (1999).
🎬 One (2021).

💿 Metallica/Black Album (1991):
🎬 [The] Unforgiven (1992).
🎬 Nothing Else Matters (2007).

💿 Load (1996):
🎬 2x4 (1998).
🎬 The House Jack Built (2018).
🎬 Cure (1997).

💿 Reload (1997):
🎬 Slither (2006).
🎬 Bad Seed (2000).
🎬 Where the Wild Things Are (2007).
🎬 Prince Charming (1984).

💿 St. Anger (2003):
🎬 Frantic (1988).
🎬 Invisible Kid (1998).

💿 Death Magnetic (2008):
🎬 The End of the Line (1957).
🎬 Cyanide (2016).
🎬 The Judas Kiss (1998).
🎬 My Apocalypse (2008).

💿 Beyond Magnetic (2011):
🎬 Hell and Back (2019).

💿 Hardwired... To Self-Destruct (2016):
🎬 Hardwired (2009).
🎬 Confusion (2015).
🎬 Murder One (1988).

💿 72 Seasons (2023):
🎬 Lux Æterna (2019).

• The Four Horsemen of the Apocalypse
• Anesthesia
• Whiplash
• For Whom the Bell Tolls
• Fade to Black
• Escape
• Creeping Death
• Battery
• Welcome Home
• Sanitarium

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