O rock e seus vários subgêneros sempre tiveram um fundo de rebeldia, de ir contra a maré, de seguir um ideal e de certa forma fazer alguma diferença positiva na vida das pessoas, assim esperando um mundo melhor. Em algumas bandas e em alguns gêneros dentro do rock isso fica bem mais claro e visível, como é o caso do punk por exemplo.
Por isso resolvi trazer pra vocês algumas bandas de rock ativistas, mas antes disso vamos entender o que é ativismo, acompanhe aí:
O termo ativismo é usado como sinônimo de manifestação ou protesto. Nas ciências políticas, também pode ser sinônimo de militância, particularmente por uma causa.
Usualmente, ativismo pode ser entendido como militância ou ação continuada com vistas a uma mudança social ou política, privilegiando a ação direta, através de meios pacíficos ou violentos, que incluem tanto a defesa, propagação e manifestação pública de ideias até a afronta aberta à Lei.
Ou seja, quem atua e trabalha por uma ideologia política e/ou social.
Exitem várias categorias de ativistas, como por exemplo: ativista feminista, ativista LGBT, ativista ambiental, ativista animal, consumidor ativista, ativista racial, ativista político, etc...
Acho que ficou claro o que é ser um ativista né? Precisa ter empenho e fazer o que está ao seu alcance para tentar mudar coisas que ao seu ver não é o certo.
Agora finalmente vamos as bandas:
Os integrantes são todos engajados em movimentos sociais de seu país e todos são vegetarianos, sendo o vocalista Tim Mcllrath vegano. Os integrantes são conhecidos por fazer campanhas recorrentes para o PETA em favor da libertação animal e para a Annesty International.
Indecline é um coletivo ativista formado por fotógrafos, cineastas, artistas plásticos e grafiteiros que se declaram “rebeldes em tempo integral”. Uma das ações do grupo está presente na cena que acontece aos 1:33 do vídeo: os três grafiteiros mascarados sobem em um outdoor para alterar a mensagem publicitária “We make junk disappear” (“nós fazemos lixo desaparecer”) de um anunciante por “We make kids disappear” (“nós fazemos crianças desaparecerem”).
Outra música que chama atenção é “When The Wall Falls”, que apresenta uma peça lírica sobre uma citação famosa do anti-nazista, o teólogo Martin Niemöller, publicamente franco. Um comentário sobre os perigos da apatia. A música é uma infusão de Ska que soa deliciosamente divertida e ainda é, na realidade, um sério discurso de cautela.
Em 2017 Travis Barker e sua filha Alabama estiveram a frente da campanha do PETA.
“Ela [Alabama] ama os animais. Ela teria uma fazenda, se eu tivesse o terreno” disse Travis. No vídeo promocional, Barker e Alabama aparecem tocando bateria com baquetas de cenoura.
Considerada uma das bandas mais bem sucedidas da história do rock já transitou entre temas que vão de insegurança adolescente à política. Por volta dos anos 2000 com o álbum Warning a banda trouxe ao público letras com enfoque político. Mas foi a partir da era American Idiot com George W. Bush no poder que a ópera punk rock com duras críticas política que fez com que banda levasse o Grammy 2005 de melhor álbum de rock.
A política seguiu como carro-chefe no trabalho seguinte, 21st Century Breakdown, de 2009, que também mergulhou no formato de ópera rock.
O mais trabalho mais recente dos caras Revolution Radio aborda a cultura do tiroteio em massa, redes sociais e a política dos Estados Unidos.
Motivações políticas, sociais e pessoais foram justamente o que levaram Billie Joe, guitarrista, vocalista e principal compositor do Green Day, a começar o novo álbum: "Eu saí do meu carro e marchei com as pessoas. Foi muito doido ver as pessoas se rebelando contra a velha ordem." Inclusive já comentei sobre isso nesse post.
A banda sempre está em manifestações nas ruas, além do vocalista e de sua esposa Adrienne Armstrong participarem do Project Chimp, que visa salvar e reintegrar a natureza chimpanzés que sofreram maus tratos.
Mas veja as outras coisas e os movimentos que estão acontecendo. Eu acho que fazer com que as pessoas jovens comecem a votar e se candidatem a cargos em suas cidades… acho que os próximos 10 anos irão mudar o jogo."
A banda não é totalmente ativista em suas letras e nem faz grandes manifestações, em contrapartida a banda criou em 2005 a Simple Plan Foundation. O objetivo dessa fundação é apoiar jovens carentes que estão em transição para a vida adulta e também apoiar as vítimas de doenças terminais, como o câncer. A fundação também acredita que a música é uma importante ferramenta para ajudá-los a encontrar uma paixão na vida, mantendo-os longe da criminalidade e evitando que deixe de frequentar a escola.
Suas principais atividades são:
- Auxiliar vários grupos e organizações que trabalham com jovens que enfrentam problemas típicos da adolescência: drogas, depressão, abandono escolar, suicídio, pobreza e pessoas afetadas pela guerra civil;
– Apoiar organizações sociais e hospitalares dedicadas a ajudar crianças e jovens doentes e/ou deficientes;
– Promover a formação musical nas escolas como uma forma de ajudar os jovens a desenvolver uma paixão e encontrar um propósito na vida.
São conhecidos por suas letras com temas sociais e por sua habilidade em expressar sua ideologia através do uso de metáforas. Apesar do nome, o Bad Religion afirma não ser totalmente ateísta. Na verdade, usam a religião como uma analogia a opressão. O vocalista Greg Graffin comenta que: "Fé no seu parceiro, nos homens, em seus amigos, é muito importante... Mas fé em líderes religiosos ou políticos, ou mesmo em pessoas que sobem ao palco, pessoas famosas, você não deve ter fé nessa gente."
Em outra entrevista ele explica mais sobre a relação da banda com o Cristianismo: "O Bad Religion nunca criticou pessoas por serem cristãs. Mas sempre apontamos as ironias e as contradições da teologia do Cristianismo e as versões mais extremas de cristãos que procuram desafiar o secularismo moderno. Sejamos francos: há pessoas extremistas em todos os cantos da sociedade, e seja qual for a bandeira levantada por elas, é algo que o Bad Religion se posicionou contra."
Já sobre as críticas políticas e sociais isso é bem perceptível na música "The Resist Stance" com o trecho: “Sementes de rebelião pairam do lado de fora da sua porta. Se você alimentá-las e regá-las elas irão crescer saudáveis. Mas para que? E se a revolução não for o que está na loja? Como você pode se importar mais?”
Bikini Kill
A banda é considerada a pioneira do movimento Riot Grrrl, e é notória por letras com conteúdo feminista radical e performances incendiárias.
Riot grrrl é um movimento punk feminista underground que teve inicio no inicio da década de 1990 em Washington, Estados Unidos, particularmente na cidade de Olympia e no Noroeste Pacífico como um todo. É um movimento de subcultura que combina uma visão social feminista com um estilo musical e politica punk. É frequentemente associado com a terceira onda do feminismo, sendo a terceira onda as vezes descrita como tendo nascido do movimento Riot Grrrl. Tem sido também descrito como um gênero musical que nasceu do indie rock, com a cena punk servindo de inspiração para um movimento musical em que mulheres poderiam se expressar da mesma maneira que homens faziam há anos. Bandas Riot Grrrl frequentemente lidam com temas como estupro, abuso domestico, sexualidade, racismo, patriarcado e empoderamento feminino.
Os homens presentes no show eram "convidados" a se afastar do palco, enquanto as mulheres eram chamadas para frente onde recebiam zines e as letras das músicas, enquanto a banda destilava todo o seu peso. Kathleen era conhecida por tirar a camisa durante os shows e se apresentar com a palavra 'slut' (vagabunda) escrita no abdome ou nas costas.
Uma imagem como essa bate de frente com as normas comerciais da indústria da música, mas Kathleen Hanna e o Bikini Kill não estavam preocupados em vender a sua imagem da mesma forma em que elas pretendiam passar uma mensagem. A mensagem era clara, funcionando como a própria definição do riot grrrl, uma mensagem feminista de fortalecimento e crescimento num cenário dominado pelos homens. A música pode ser classificada como punk, mas a música do riot grrrl é feminista e direcionada às jovens, transmitindo autorrespeito e união e pregando o respeito a cada indivíduo.
Travis Barker e sua filha aparecem em nova campanha do PETA.
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