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Prêmio da Música Brasileira

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Prêmio da Música Brasileira
Prêmio da Música Brasileira de 2024
Prêmio da Música Brasileira
Local Theatro Municipal do Rio de Janeiro
País  Brasil
Primeira cerimónia 1988
Página oficial

O Prêmio da Música Brasileira (PMB) é uma importante premiação musical brasileira criada em 1987 por Zé Maurício Machline. Seu objetivo é valorizar a diversidade e a riqueza da música brasileira, reconhecendo artistas de diferentes gêneros e estilos. A premiação busca destacar a contribuição de músicos e compositores para a cultura brasileira, promovendo a apreciação e o reconhecimento de talentos em todo o país.

Desde 1993, com exceção de 2002 e 2009, é realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes e tradicionais palcos culturais do Brasil. Ao longo de sua história, o PMB tem homenageado grandes nomes da música brasileira e se consolidado como um evento de prestígio no cenário cultural do Brasil. A cada edição, são premiados artistas em diversas categorias, refletindo a ampla gama de expressões musicais presentes no país.

A premiação foi inicialmente conhecida pelos nomes de seus patrocinadores, sendo chamada de Prêmio Sharp, Prêmio Caras e Prêmio TIM de Música, até adotar a denominação atual.

Criação e primeiros anos

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O criador José Maurício Machline durante a 25.ª edição do prêmio em 2014.

O Prêmio da Música Brasileira foi idealizado por José Maurício Machline, também conhecido como Zé Maurício, em 1987. Machline, um apaixonado por música, televisão, teatro e literatura, criou o prêmio visando valorizar a diversidade e a riqueza da música brasileira.[1] Ele buscava incentivar a descoberta de novos talentos e promover encontros produtivos entre as várias tendências da música contemporânea brasileira, procurando a mais alta qualidade em todas as vertentes musicais.[2][1]

Inicialmente patrocinado pela Sharp Corporation, foi conhecido como Prêmio Sharp de Música Brasileira desde sua primeira edição, em 1988 (referente ao ano anterior, 1987), até 1998.[3][2] Em 1995, a Sharp também criou um prêmio para excelência no teatro brasileiro.[3] No entanto, em 1999, quando o Prêmio Sharp de Música iria para sua 12ª edição e o Prêmio Sharp de Teatro para sua 5ª edição, a crise econômica mundial impediu a realização da cerimônia.[4] A lista dos vencedores foi divulgada, mas os premiados receberam apenas um prêmio simbólico, sem a tradicional festa de entrega.[5][4] O prêmio não foi realizado em 2000 e 2001.[6]

Retorno, novos patrocínios e nomenclatura

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Em 2002, a premiação foi transformada em Prêmio Caras, patrocinado pela revista Caras.[7] No ano seguinte, tornou-se o Prêmio TIM de Música, com patrocínio da operadora telefônica TIM, que durou até 2008.[8] Em 2009, o prêmio teve produção independente e contou com o apoio da classe artística brasileira. A partir dessa edição, a premiação adotou o nome definitivo de Prêmio da Música Brasileira.[2] Em 2010, manteve o mesmo nome, com patrocínio da empresa Vale.[9][10]

Pausa, renovação e novas categorias

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O Prêmio da Música Brasileira passou por uma pausa após a edição de 2018 devido a dificuldades financeiras e à falta de patrocínio, o que impossibilitou a realização do evento nos anos seguintes.[11] No entanto, em 2023, o PMB retornou com inovações significativas para refletir a evolução da música e da sociedade.[12][13]

Entre as mudanças, novas categorias foram criadas para tornar a premiação mais inclusiva e representativa. A categoria "Intérprete" foi introduzida como substituição das categorias "Cantor" e "Cantora", permitindo a inclusão de pessoas não-binárias.[14] Além disso, a categoria anteriormente conhecida como "Pop/Rock/Reggae/Hip Hop/Funk" foi dividida em duas: "Pop/Rock" e "Música Urbana". A nova categoria "Música Urbana" abrange não apenas reggae, hip hop e funk, mas também incorpora gêneros como trap e música eletrônica, refletindo a diversidade e a inovação presentes na cena musical contemporânea.[15]

Em 2024, foram introduzidas categorias voltadas para o gênero sertanejo, reconhecendo a crescente popularidade e importância desse estilo musical no Brasil. As novas premiações são "Melhor Intérprete – Sertanejo" e "Melhor Lançamento – Sertanejo".[16]

Nova divisão de categorias e restrições

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O Prêmio da Música Brasileira (PMB) anunciou mudanças para a edição de 2025, incluindo novas categorias como funk, trap, reggae e música romântica. A categoria "Música Urbana" foi dividida em "Funk", "Rap/Trap" e "Reggae", enquanto "Pop/Rock" foi separada em "Pop" e "Rock".[17] "Canção Popular/Sertanejo" agora tem subcategorias: "Canção Popular", "Canção Romântica" e "Sertanejo".[18]

Essas mudanças visam uma avaliação mais justa dos gêneros musicais, refletindo a popularidade e importância de estilos como funk e trap.[19] Além disso, músicas produzidas ou interpretadas por inteligência artificial e fonogramas com vozes de artistas falecidos estão proibidos, garantindo a autenticidade das obras.[20]

O troféu da 25.ª edição do Prêmio da Música Brasileira, em 2014.

O Prêmio da Música Brasileira tem, de acordo com seus criadores, dois objetivos: premiar a imensa variedade de manifestações musicais do país, incentivando a descoberta de novos talentos, e propiciar encontros produtivos entre as várias tendências da música contemporânea, buscando a mais alta qualidade em todas as vertentes da nossa música.[2]

A votação para o PMB é realizada por um júri composto por profissionais da música, críticos e jornalistas especializados. Os indicados são selecionados com base em sua contribuição para a música brasileira no ano anterior à premiação. A eleição do premiado em cada categoria se baseia estritamente no mérito artístico de cada artista e/ou obra.[2]

Fachada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

A cerimônia de entrega dos prêmios é tradicionalmente realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes palcos culturais do país. Durante o evento, são realizadas apresentações musicais que celebram a obra de artistas homenageados e destacam a diversidade musical brasileira.[21]

Maria Bethânia durante sua homenagem na 26.ª edição em 2015.

Cada edição da premiação apresenta um artista de destaque da nossa música como homenageado, celebrando sua contribuição para a cultura musical brasileira.[22] A partir de 2003, o prêmio passou a premiar, alternadamente, um artista vivo e um já falecido, garantindo que tanto os talentos contemporâneos quanto os legados históricos sejam reconhecidos e valorizados.[22]

N.° Data Local Cidade Homenageado(a) Ref
Prêmio Sharp de Música Brasileira [23][22]
1.ª 31 de maio de 1988 Teatro do Hotel Nacional Rio de Janeiro Vinicius de Moraes
2.ª 25 de abril de 1989 Golden Room do Copacabana Palace Dorival Caymmi
3.ª 15 de agosto de 1990 Teatro do Hotel Nacional Maysa
4.ª 2 de julho de 1991 Elizeth Cardoso
5.ª 27 de maio de 1992 Luiz Gonzaga
6.ª 19 de maio de 1993 Theatro Municipal Angela Maria e Cauby Peixoto
7.ª 5 de maio de 1994 Gilberto Gil
8.ª 3 de maio de 1995 Elis Regina
9.ª 7 de maio de 1996 Milton Nascimento
10.ª 7 de maio de 1997 Rita Lee
11.ª 13 de maio de 1998 Jackson do Pandeiro
12.ª Sem cerimônia[a] Maria Bethânia[b]
Não realizado (2000—2001)
Prêmio Caras de Música Brasileira
13.ª 21 de agosto de 2002 Villa Riso Rio de Janeiro Gal Costa
Prêmio TIM de Música
14.ª 23 de julho de 2003 Theatro Municipal Rio de Janeiro Ary Barroso
15.ª 7 de julho de 2004 Lulu Santos
16.ª 1 de junho de 2005 Baden Powell
17.ª 25 de julho de 2006 Jair Rodrigues
18.ª 16 de maio de 2007 Zé Keti
19.ª 28 de maio de 2008 Dominguinhos
Prêmio da Música Brasileira
20.ª 1 de julho de 2009 Canecão Rio de Janeiro Clara Nunes
21.ª 11 de agosto de 2010 Theatro Municipal Dona Ivone Lara
22.ª 6 de julho de 2011 Noel Rosa
23.ª 13 de junho de 2012 João Bosco
24.ª 12 de junho de 2013 Tom Jobim
25.ª 14 de maio de 2014 O Samba
26.ª 10 de junho de 2015 Maria Bethânia
27.ª 22 de junho de 2016 Gonzaguinha
28.ª 19 de julho de 2017 Ney Matogrosso
29.ª 15 de agosto de 2018 Luiz Melodia
Não realizado (2019—2022)
30.ª 31 de maio de 2023 Theatro Municipal Rio de Janeiro Alcione
31.ª 12 de junho de 2024 Tim Maia
32.ª Primeiro semestre de 2025 Chitãozinho & Xororó

Artistas com mais prêmios recebidos

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Maria Bethânia é a artista mais premiada da história do evento.
Caetano Veloso é o artista masculino com maior número de prêmios.
Fundo de Quintal é o conjunto musical que detém o recorde de mais prêmios conquistados recebidos.
Artista Número de prêmios Ref
Maria Bethânia 24 [25]
Alcione 21
Caetano Veloso 19
Elba Ramalho
Fundo de Quintal
Dominguinhos 18
Zeca Pagodinho
Alceu Valença 15
Paulinho da Viola 13
Roupa Nova
Tim Maia
Gal Costa 12
Hamilton de Holanda
Lenine
Milton Nascimento
Cauby Peixoto 11
Chico Buarque
Chitãozinho & Xororó
Cristovão Bastos
Rita Lee
Yamandu Costa
Martinho da Vila 10
Nana Caymmi
Ney Matogrosso
Roberto Carlos
Sandra Sá
Zélia Duncan

Categorias de 2024

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  • Melhor Canção
  • Melhor Revelação
  • Melhor Audiovisual
  • Melhor Projeto Especial
  • Melhor Lançamento – Eletrônico
  • Melhor Lançamento – Língua Estrangeira
  • Melhor Lançamento – Erudito

Canção Popular/Sertanejo

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  • Melhor Intérprete – Canção Popular
  • Melhor Intérprete – Sertanejo
  • Melhor Dupla
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento – Canção Popular
  • Melhor Lançamento – Sertanejo
  • Melhor Solista
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento
  • Melhor Intérprete
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento

Música Urbana

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  • Melhor Intérprete
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento
  • Melhor Intérprete
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento
  • Melhor Intérprete
  • Melhor Dupla
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento
  • Melhor Intérprete
  • Melhor Grupo
  • Melhor Lançamento

O Conselho Diretor do Prêmio da Música Brasileira é responsável pelo estabelecimento das diretrizes fundamentais do Prêmio, pela solução de dúvidas e omissões, pela seleção dos jurados, bem como pelo voto de minerva para eventuais desempates. O Conselho também é responsável pela indicação do homenageado do ano.[2]

Atualmente ele é composto por: Antônio Carlos Miguel; Arnaldo Antunes; Djavan; Emicida; Gilberto Gil; Heloísa Guarita; João Bosco; Karol Conká; Ney Matogrosso; Wanderléa; Yamandu Costa e Zé Maurício Machline.[2]

Notas e referências

Notas

  1. Não houve cerimônia de entrega nessa edição, devido ao cenário de incerteza na área econômica causado pela desvalorização do real em 1999.[5]
  2. Maria Bethânia havia sido escolhida como homenageada da 12.ª edição. No entanto, devido ao cancelamento da premiação, ela não recebeu a homenagem naquela ocasião. Posteriormente, ela foi homenageada na 26.ª edição.[24]

Referências

  1. a b «Quem é José Maurício Machline, homem por trás do Prêmio da Música Brasileira». Billboard Brasil. 10 de agosto de 2024. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2024 
  2. a b c d e f g «História, Idealizador e Conselho do Prêmio da Música Brasileira». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2024 
  3. a b Marcelo Duarte (24 de abril de 2019). «Prêmio Sharp». O Guia dos Curiosos. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 22 de fevereiro de 2024 
  4. a b «Falta de parceiros ameaça Prêmio Sharp». Diário do Grande ABC. 3 de junho de 1999. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 20 de maio de 2023 
  5. a b «Prêmio Sharp: Chico e Ney vencem em música e teatro». Folha de S.Paulo. 3 de junho de 1999. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 12 de dezembro de 2024 
  6. Evangelina Maffei (13 de maio de 2011). «1988 / 2018 - Prêmio da Música Brasileira - 1a. Parte (SHARP, TIM, CARAS, VALE» (em espanhol). Caetano en Detalle. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2024 
  7. Marco Antonio Barbosa (24 de agosto de 2001). «Revista Caras reedita Prêmio Sharp». Clique Music. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2024 
  8. Eduardo Viveiros (25 de julho de 2003). «Confira os vencedores do Prêmio TIM de música». Omelete. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 18 de dezembro de 2024 
  9. «Vale apresenta o Prêmio da Música Brasileira» (PDF). Vale S.A. 15 de abril de 2010. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada (PDF) em 27 de dezembro de 2024 
  10. «Prêmio da Música Brasileira». Abramus. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 12 de junho de 2024 
  11. Jan Niklas (2 de outubro de 2019). «Prêmio da Música Brasileira foi cancelado por clima instável para investir em cultura, diz organizador». O Globo. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2020 
  12. «Prêmio da Música Brasileira volta após quatro anos com homenagem a Alcione e mudanças nas categorias». Prêmio da Música Brasileira. 25 de abril de 2023. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2024 
  13. Ricardo Ferreira (20 de abril de 2023). «Prêmio da Música Brasileira volta após quatro anos com homenagem a Alcione e mudanças nas categorias». O Globo. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 10 de junho de 2023 
  14. Luana Franzão (29 de junho de 2022). «Categoria do Prêmio da Música Brasileira incluirá artistas não binários». CNN Brasil. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024 
  15. Bruna Maleh (27 de abril de 2023). «Prêmio da música brasileira divulga indicados e cria nova categoria em 2023». Rolling Stone Brasil. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024 
  16. Felipe Pavão (13 de maio de 2024). «Pela 1ª vez, Prêmio da Música Brasileira é 100% feminino no sertanejo». Universo Online. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 19 de junho de 2024 
  17. Mauro Ferreira (2 de setembro de 2024). «Prêmio da Música Brasileira enfim entende que rock difere de pop e que reggae não pode concorrer com rap». G1. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 3 de setembro de 2024 
  18. Giovana Christ (3 de outubro de 2024). «Prêmio da Música Brasileira insere funk, trap e reggae; veja mudanças». CNN Brasil. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2024 
  19. «Prêmio da Música Brasileira anuncia novas categorias e abre inscrições para edição de 2025». Correio do Povo. 2 de setembro de 2024. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2024 
  20. Fabiane Pereira (3 de setembro de 2024). «PMB anuncia novas categorias e abre inscrições para edição de 2025». Novabrasil FM. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  21. Ricardo Sarmiento (27 de novembro de 2024). «30° Prêmio da Música Brasileira no Theatro Municipal». DJ Sound. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  22. a b c «Homenageados». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2024 
  23. «Edições». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2024 
  24. «Prêmio homenageia cantora». Folha de S.Paulo. 20 de março de 1999. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024 
  25. «Artistas Premiados». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2024 

Ligações externas

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