Flora da Suécia
A Suécia estava coberta por enormes glaciares até há cerca de 13 000 anos. Com o derretimento da última calota glacial, o país foi sucessivamente ficando coberto por uma camada de vegetação, praticamente toda com origem no exterior. São muito poucas as espécies endémicas existentes.[1][2][3]
Hoje em dia existem cerca de 2 500 plantas vasculares, pertencentes a 156 famílias.[4]
Florestas
[editar | editar código-fonte]Cerca de metade da área da Suécia está coberta por florestas, das quais uns 4% são florestas primitivas.
As árvores predominantes são o abeto (42%), o pinheiro (39%) e a bétula (12%). Outras árvores típicas são o carvalho, a faia, o olmo, o freixo, o zimbro, o salgueiro, o ácer, o choupo-tremedor, a tramazeira e o amieiro. No solo florestal abundam bagas - como o mirtilo e o arando-de-baga-vermelha, e flores - como a hepática e o lírio-do-vale.[5][6][7][8]
Alta montanha
[editar | editar código-fonte]Na alta montanha (fjäll) existe um limite das árvores (trädgränsen), para lá do qual não existem árvores, mas apenas arbustos e vegetação rasteira. Abaixo dessa linha há pequenas bétulas de montanha. Ainda mais abaixo, aparecem pinheiros, abetos e bétulas, com ramagens secas e nuas, devido ao frio e ao vento.[9][10]
Na primavera e no verão, abundam flores - como o chá-dos-alpes e o rododendro, e bagas - como a uva-de-urso-alpina, a amora-ártica, o oxicoco, o mirtilo e o arando-de-baga-vermelha.[11]
Bermas das estradas
[editar | editar código-fonte]As bermas das estradas e caminhos estão cheias de plantas com grande capacidade de sobrevivência, muitas delas apelidadas de "ervas daninhas". Elas têm seguido a presença do homem, e por vezes são as sobreviventes dos antigos prados e pastagens, antes da chegada da agricultura. Outras vezes são imigrantes vindas dos jardins - como os tremoceiros-de-jardim - ou das costas salgadas, atraídas pelo sal das estradas e pela abundância dos gases de escape dos veículos.[12][13]
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Tremoceiro-de-jardim
(blomsterlupin) -
Tussilago farfara
(tussilago) -
Dente-de-leão
(maskros) -
Catinga-de-mulata
(renfana)
Prados e pastagens
[editar | editar código-fonte]Nos prados e pastagens havia antigamente uma grande variedadade de plantas. Com o avanço da agricultura, silvicultura e pecuária, aliadas ao uso de fertilizantes, a maior parte desses terrenos apresenta hoje em dia uma flora com menor variedade. As gramíneas - caniços, "kvickrot", erva-de-cheiro - dominam frequentemente, sendo a paisagem na primavera e no verão salpicada por morangos-silvestres e numerosas flores - malmequeres, trevos, campânulas, hipericãos, verónicas, cicuta. Árvores folhosas como o carvalho, a bétula e a tramazeira completam a paisagem.[14][15]
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Malmequer-bravo
(prästkrage) -
Geum rivale
(humleblomster) -
Pulsatilla vulgaris
(backsippa) -
Carvalho-roble
(ek)
Lagos, rios e pântanos
[editar | editar código-fonte]Entre as plantas que vivem na água dos lagos, podemos destacar os caniços, o nenúfar-branco, o nenúfar-amarelo (Nuphar lutea), o bunho, as "Typha".[16][17]
Nos numerosos pântanos e terrenos alagados, cobrindo uma área considerável do país, abunda a amora-branca-silvestre e o arando.
Costas rochosas e praias
[editar | editar código-fonte]À beira-mar, a vegetação está adaptada à água salgada e ao vento forte e rigoroso, tendo muitas plantas folhas e caules suculentos e duros. Nas praias arenosas abundam gramíneas como as Ammophila arenaria. Nas praias rochosas proliferam as crambes.[18][19]
As regiões de vegetação da Suécia
[editar | editar código-fonte]Tradicionalmente, a Suécia é dividida em 5 regiões de vegetação (vegetationsregioner):
- Região das florestas de folha caduca do Sul
- Região das florestas de coníferas do Sul
- Região das florestas de coníferas do Norte
- Região das bétulas de montanha
- Região da alta-montanha sem árvores
Segundo uma nova divisão, no âmbito da União Europeia, o país está abrangido por 5 regiões biogeográficas (bio-geographical regions ou biogeografiska regioner):[20]
- Região alpina[21]
- Região boreal[22]
- Região continental[23]
- Região marina atlântica[24]
- Região marina báltica.[25]
As plantas endémicas da Suécia
[editar | editar código-fonte]De entre as poucas plantas endémicas da Suécia, podemos citar:[26]
- "Gultåtel" (Deschampsia bottnica) - uma gramínea da costa báltica
- "Brudkulla" (Gymnadenia runei) - uma orquídea da alta-montanha
- "Oxel" (Sorbus intermedia) - uma árvore do Sul e Centro da Suécia
- "Gotländsk nunneört" (Corydalis gotlandica) - uma gramínea da ilha da Gotlândia
- "Ölandssolvända" (Helianthemum oelandicum) - uma planta da ilha da Öland
Plantas campestres comestíveis
[editar | editar código-fonte]Entre as plantas abundantes nos campos, que as pessoas colhem diretamente para ser usadas na alimentação, estão a urtiga, a azeda, a camomila, o dente-de-leão e o sabugueiro.[27]
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Prato de urtigas
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Camomila seca para fazer chá
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Flores de sabugueiro
Cogumelos comestíveis
[editar | editar código-fonte]Embora os fungos não sejam plantas, são muitas vezes incluídos em floras práticas.[28]
Quando o outono chega, a procura de cogumelos comestíveis é uma atividade frequente nos campos e florestas da Suécia.
Entre as espécies mais procuradas estão a cantarela, a cantarela-funil e o boleto.[29]
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Cantarelas
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Cantarelas-funil
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Boleto
Referências
- ↑ Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). «Ut i Sveriges flora». Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. p. 2. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2
- ↑ Melin, Jan; Johansson, Alf; Hedenborg, Susanna (setembro de 2006). «Forntiden». Sveriges historia. Koncentrerad uppslagsbok, fakta, årtal, kartor, tabeller (em sueco). Estocolmo: Prisma. p. 12-13. 511 páginas. ISBN 9789151846668
- ↑ Kahnberg, Alf; Gösta Lindeberg (1963). «Forntiden». Genom tiderna (em sueco). Lund: Gleerup. p. 8-9. 369 páginas. LIBRIS-ID:1557880
- ↑ Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg (2007). «Vilda växter i Sverige». Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag. p. 462. 1143 páginas. ISBN 91-0-011462-6
- ↑ «Fakta om skogen» (em sueco). Direção Geral das Florestas (Skogsstyrelsen). Consultado em 25 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de maio de 2016
- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «I skogen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 126-141. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- ↑ «Skogen är till för alla - Bär» (em sueco). Sveaskog. Consultado em 25 de abril de 2016
- ↑ Upton, Nick; Sverre Sjölander (1998). Vårt levande Europa. En upptäcktsfärd i Europas mångskiftande natur (em sueco). Estocolmo: Sveriges radio. p. 41-47. 191 páginas. ISBN 91-522-1812-0
- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «På fjället». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 178-184. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- ↑ «Träden» (em sueco). Nationellt Resurscentrum för Biologi och Bioteknik. Consultado em 25 de abril de 2016
- ↑ «Fjällens blommor och bär» (em sueco). Nationellt Resurscentrum för Biologi och Bioteknik. Consultado em 25 de abril de 2016
- ↑ Lind, Åsa; Lars Jonsson, Maj Fagerberg (2004). «Dikeskanten». Din egen flora (em sueco). Estocolmo: Rabén & Sjögren. p. 44-45. 109 páginas. ISBN 91-29-66143-9
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- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Ängen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 6-17. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- ↑ «Den virtuella floran» (em sueco). Naturhistoriska riksmuseet. Consultado em 5 de maio de 2016
- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «På mossen». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 170-177. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
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- ↑ «Sandstränder - Havsstränder» (em sueco). Den virtuella floran. Consultado em 26 de abril de 2016
- ↑ Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). «Vid kusten». Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och Kultur. p. 54-67. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
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- ↑ http://ec.europa.eu/environment/nature/info/pubs/docs/brochures/nat2000_alpine.pdf
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- ↑ Wenche Eide (redator). «Arter & naturtyper i habitatdirektivet – bevarandestatus i Sverige 2013» (PDF) (em sueco). SLU. Consultado em 25 de abril de 2016. Arquivado do original (PDF) em 9 de maio de 2016
- ↑ Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). «Ut i Sveriges flora». Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. p. 2. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2
- ↑ Skoglund, Lotta; Bo Lundwall (2016). «Tio ätliga växter». Tillbaka till naturen. Allt du glömt och lite till (em sueco). Estocolmo: Massolit. p. 87-97. 159 páginas. ISBN 9789176610473
- ↑ Karlla Patrícia. «Por que cogumelo não é planta?». Diário de Biologia. Consultado em 12 de novembro de 2016
- ↑ Skoglund, Lotta; Bo Lundwall (2016). «Tio goda svampar». Tillbaka till naturen. Allt du glömt och lite till (em sueco). Estocolmo: Massolit. p. 159. ISBN 9789176610473
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- «Den virtuella floran» (em sueco). Museu Sueco de História Natural (Naturhistoriska riksmuseet). Consultado em 25 de abril de 2016
- Mossberg, Bo; Lennart Stenberg (2010). Den nya nordiska floran (em sueco). Estocolmo: Bonnier Fakta. 928 páginas. ISBN 9789174240955
- Mossberg, Bo; Lennart Stenberg (2006). Svensk fältflora (em sueco). Estocolmo: Wahlström & Widstrand. 316 páginas. ISBN 91-46-21336-8
- Rydstedt, Bjarne; Georg Andersson, Torsten Bladh, Per Olof Köhler, Karl-Gustaf Thorén, Mona Larsson (1987). Land och liv 1 (em sueco). Estocolmo: Natur och kultur. 216 páginas. ISBN 91-27-62563-X
- Nordin, Ingvar; Karl-Erik Ingeby, Siv Zetterqvist (1997). Ut i Sveriges flora. Våra vanligaste vilda växter i färg (em sueco). Partille: Pedagogisk information. 160 páginas. ISBN 91-86404-20-2
- Micaux, Wandrille; Eliann Oddbratt (2007). Vildaväxter. Blomsterordlista på fjorton språk (Vocabulário botânico em 14 línguas) (em sueco). Estocolmo: Norstedts akademiska förlag. 197 páginas. ISBN 9789172275157