União Brasil

partido político brasileiro
 Nota: Para o ente da federação, veja União Federal.

O União Brasil (UNIÃO) é um partido político brasileiro majoritariamente de centro-direita[8][9][10] que surgiu da fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), aprovada por ambas às agremiações em 6 de outubro de 2021.[19][1][20][21][22][23] O partido segue uma linha conservadora e liberal,[24] sendo considerado também um partido pega-tudo por abranger políticos com opiniões diferentes.[25][26][27][28][29][30][31] Em fevereiro de 2022, o TSE aprovou a fusão e conferiu o registro ao novo partido político, que à época contava com o maior número de membros na Câmara dos Deputados.[3] Em novembro de 2024, o partido possuía 1.102.980 filiados, sendo o sétimo maior do país.[12]

União Brasil
União Brasil
Sigla UNIÃO
Número eleitoral 44[1]
Presidente Antonio de Rueda
Vice-presidente ACM Neto
Secretário-geral Davi Alcolumbre
Tesoureira-geral Maria Emília Gonçalves de Rueda
Fundação 6 de outubro de 2021 (3 anos)[2]
Registro 8 de fevereiro de 2022 (2 anos)[3][4]
Sede Brasília, DF
Ideologia
Espectro político Centro-direita[8][9][10]
Think tank Instituto de Inovação e Governança
Fundação Índigo
Ala de juventude União Jovem do Brasil
Ala feminina União Brasil Mulher[11]
Fusão DEM
PSL
Membros (2024) 1.102.980 filiados[12]
Afiliação internacional
Governadores (2024)
4 / 27
Prefeitos (2024)[13]
591 / 5 569
Senadores (2024)[14]
7 / 81
Deputados federais (2024)[15]
58 / 513
Deputados estaduais (2024)[16][17]
99 / 1 024
Vereadores (2024)[18]
5 437 / 58 026
Cores      Azul-cobalto
     Azul-celeste
     Amarelo
Slogan "União, Brasil!"
Página oficial
uniaobrasil.org.br
Política do Brasil

Partidos políticos

Eleições

História

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  Nota: Este artigo é sobre uma fusão partidária. Para a história dos principais quadros da UNIÃO antes de 2021, veja Democratas (Brasil). Para outros significados, veja Partido Social Liberal.

Antecedentes

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Em 2017, foi promulgada a Emenda Constitucional 97, que estabeleceu uma cláusula de barreira progressiva, para que os partidos políticos brasileiros tenham acesso gratuito ao rádio e à televisão em propaganda eleitoral, bem como ao fundo partidário. Igualmente, a emenda proibiu a formação de coligações políticas para a disputa de eleições proporcionais.[32] O objetivo da referida emenda foi diminuir o número de partidos políticos no Brasil.[33]

Desde então, alguns partidos políticos foram incorporados a outros.[34][35][36] Em 2021, o Democratas e o PSL anunciaram a fusão. Historicamente, o Democratas foi um dos maiores partidos da direita brasileira, sendo sucessor do Partido da Frente Liberal (PFL), enquanto o PSL foi uma pequena sigla inicialmente liberal clássica e social-liberal que, com a agremiação e consecutiva candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, havia crescido e adotado uma postura tradicionalista e liberal conservadora.[5][37]

Fusão

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As primeiras notícias que surgiram no final de 2019, durante a crise que culminou na saída de Jair Bolsonaro do PSL.[38] Na época, houve várias resistências, com ACM Neto, presidente do Democratas, afirmando que essa união não teria sentido e Felipe Francischini, presidente da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara dos Deputados, disse que a união faria com que ambos partidos perdessem espaço na política.[39][40]

Após as eleições municipais no Brasil em 2020, as negociações foram retomadas. Inicialmente, o Progressistas faria parte da fusão, porém acabou desistindo.[41] A fusão foi motivada com a saída de vários quadros fortes do Democratas, como o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e o vice-governador de São Paulo Rodrigo Garcia, além dos resultados ruins do PSL nas municipais.[42]

Foi decidido que o presidente do novo partido seria Luciano Bivar e seu secretário-geral seria o ACM Neto.[43] Consequentemente, os diretório nacionais do Democratas e do PSL aprovaram a fusão por unanimidade, com definição de uma convenção nacional em outubro para oficializar a fusão.[44][45]

O nome "União Brasil" e o número 44 foram escolhidos no final de setembro de 2021, as outras alternativas eram Partido Liberal Democrata e Brasil em Movimento. O nome foi escolhido com base em pesquisas qualitativas feitas por ambos os partidos.[46]

Em 6 de outubro de 2021, uma convenção nacional contendo representantes de ambos os partidos aprovou a fusão por aclamação e requisitou a aprovação pelo TSE.[47] Em fevereiro de 2022, o TSE aprovou a fusão e conferiu o registro ao novo partido político.[3]

Saída da Ala Pró-Bolsonaro

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Nas eleições de 2018, os partidos antecessores (DEM e PSL) elegeram 81 deputados federais, de forma que, na data da fusão, o partido tinha o maior número de membros na Câmara dos Deputados. Todavia, durante a janela partidária de 2022, dezenas de deputados, sobretudo aliados do presidente Jair Bolsonaro, deixaram a legenda. Sendo assim, em abril de 2022, o partido tinha 46 membros Câmara dos Deputados, ficando quinto lugar entre os partidos na Casa.[17][48][49]

Entretanto, ainda permaneceram algumas lideranças "bolsonaristas", como, por exemplo, a deputada federal e postulante ao senado do Rio de Janeiro, Clarissa Garotinho,[50] e o capitão da Reserva da Polícia Militar do Ceará, Wagner Gomes.[51]

Diagrama da origem histórica do partido[52][53]
Partido Social Liberal (PSL)
1994–2022
  União Brasil (UNIÃO)
2022–presente
Aliança Renovadora Nacional (ARENA)
1966–1979
  Partido da Frente Liberal (PFL)
1985–2007
Democratas (DEM)
2007–2022
  Partido Democrático Social (PDS)
1980–1993
  Partido Progressista Reformador (PPR)
1993–1995
  Partido Progressista Brasileiro (PPB)
1995–2003
Partido Progressista (PP)
2003–2017
Progressistas (PP)
2017–presente
Partido Democrata Cristão (PDC)
1985–1993
Partido Social Trabalhista (PST)
1988–1993
  Partido Progressista (PP)
1993–1995
Partido Trabalhista Renovador (PTR)
1985–1993

Potencial fusão com o Progressistas

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O Progressistas fez parte da discussão da união entre o DEM e o PSL que culminou na formação do União Brasil,[54] mas acabou não participando da fusão de 2021.[54]

Em 2022, líderes do União Brasil e do Progressistas reiniciaram as tratativas de fusão entre os partidos.[55] Em 1 de outubro do mesmo ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confirmou que a fusão deveria ocorrer depois das eleições gerais de 2022.[56]

Todavia, após as eleições, os partidos desistiram das tratativas de fusão, pela existência de rivalidades locais entre seus membros e pela proibição de que o UNIÃO participe de fusões ou incorporações nos primeiros cinco anos após seu registro no TSE, conforme o seu próprio estatuto. Sendo assim, os partidos iniciaram novas conversas sobre uma federação[57][58]

Eleições de 2022

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Comprometido com a tentativa de nomear um candidato presidencial nas eleições gerais brasileiras de 2022, o partido indicou Soraya Thronicke, advogada e senadora do Mato Grosso do Sul, como candidata presidencial e Marcos Cintra, economista e deputado federal por São Paulo, como vice-presidente.[59] Embora Thronicke não tenha sido eleita, o partido venceu a disputa para governador do Amazonas, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.[60] Nas eleições parlamentares também tiveram sucesso, elegendo 59 Deputados Federais e 7 Senadores.[61]

Governo Lula

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O partido aceitou 3 ministérios no governo Lula.[62] Luciano Bivar anunciou que o partido não faria oposição ao novo governo mas também que não seria da base governista, apesar dos ministérios.[62][63]

Potencial federação com o PP e Avante

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Em 2023, o partido iniciou novamente a discussão sobre uma federação com o Progressistas e Avante para a formação de uma federação partidária. Os dirigentes do partido escolheram o nome "União Progressista" para a federação potencial. Todavia, primeiramente se decidiu que o Avante não participaria da federação[64] e posteriormente o UNIÃO não conseguiu acordo com o PP quanto a distribuição dos diretórios estaduais, razão pela qual as negociações foram encerradas sem que a federação fosse formada.[65]

Organização

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Número de filiados

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Data Filiados[66] Crescimento anual
dez./2022 1.058.548   1.058.548 -
dez./2023 1.042.598   15.950 -1,5%
set./2024 1.102.871   60.273 +5,78%

Princípios

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A criação do UNIÃO nasceu da fusão de DEM e PSL

Assim como seus antecessores, a União Brasil se posiciona entre a centro-direita e a direita no espectro político convencional.[22][5][67][68] O cientista político Vinícius Vieira descreve a fusão com sendo uma versão brasileira de partidos liberais, sendo focado em capitalizar o eleitorado de direita que se decepcionou com o presidente Jair Bolsonaro.[5] Vice-presidente do PSL, Junior Bozzella colocou a nova legenda como parte do polo democrático e que busca evitar a polarização política entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, afirmando que apoiadores radicais de Bolsonaro teriam que sair do partido.[69]

Na fundação, foi definido um manifesto que afirma as posições políticas da União Brasil, sendo suas quatro diretrizes:

  • O valor da democracia como sistema político pautado pela tolerância, pluralidade, respeito e diálogo;
  • O valor do Estado como garantidor dos direitos sociais básicos da população;
  • O valor da liberdade como condição para busca de realização individual;
  • O valor da família como esteio da pessoa e base da sociedade.

O manifesto também definiu 44 princípios básicos do partido. Na economia, ainda que defensor de austeridade fiscal, privatizações e cortes de impostos, o partido é contra o Estado mínimo, afirmando que o Estado tem um papel importante em áreas como educação, saúde e programas de transferência de renda.[7][70][71] Além disso, apoia o federalismo e o municipalismo.[72] Em questões sociais, posiciona-se como favorável à preservação da família e da cultura brasileira, defendendo também o aumento da participação das mulheres e minorias raciais na política. Quanto a questões ambientais, afirma que a existência de mudanças climáticas é evidente e que o governo deve realizar ações imediatas para mitigar isso.[73]

Desempenho eleitoral

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Eleições municipais

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Eleições estaduais e federais

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Câmara dos Deputados[74]
Legislatura Bancada % ±
57.ª (2023-2027)
59 / 513
11,5 -
Senado Federal[75]
Legislatura Bancada % ±
57.ª (2023-2027)
10 / 81
12,3% -

Eleições presidenciais

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Ano Imagem Candidato(a) à presidência Candidato(a) à vice-presidência Coligação Votos Posição
2022   Soraya Thronicke
(UNIÃO)
Marcos Cintra
(UNIÃO)
Sem coligação 600.953

(0,51%)

Referências

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Ligações externas

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