Nota: Se procura o material que dá origem a um solo, veja Material parental.

Rocha matriz, rocha-mãe,[1] base rochosa ou substrato rochoso, é a designação dada em geologia e nos diversos ramos da engenharia geotécnica à rocha sólida que se encontra sob o material solto superfical (geralmente um rególito)[2] que recobre a superfície da crosta de Terra ou de outro planeta telúrico.[3] A «rocha-mãe» é assim designada pois a sua desagregação devido à meteorização é, em geral, a origem do rególito que a recobre e constitui o material parental mais comum dos solos.[4][5] Os depósitos superficiais podem ser muito espessos, de modo que o leito rochoso que constitui a rocha-mãe pode estar centenas de metros abaixo da superfície.[6]

Solo instalado sobre material fragmentado recobrindo a rocha-mãe (Sandside Bay, Caithness, Scotland).
Perfil cenceptual de um solo com a rocha mãe marcada como «R»

Descrição

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A rocha-mãe constitui o estrato mais superficial da crosta terrestre e é, excepto quando fenómenos de transporte e de sedimentação tenham carreado materiais que tenham recoberto a rocha preexistente, o material a partir do qual se desenvolveu o material solto (rególito) que a recobre. Em boa parte dos solos, a rocha-mãe confunde-se com o material parental, pois é aquela rocha que se desagrega e sofre alteração devido aos processos de meteorização e de pedogénese para dar origem ao solo.[7]

Na maior parte dos casos, a rocha-mãe é a rocha sólida que está subjacente ao rególito ou ao solo que constitui a superfície terrestre emersa.[3] Contudo, em muitas situações a rocha-mãe encontra-se expota em afloramentos[8] resultantes da erosão ou da incipiência da meteorização, especialmene nas estruturas lávicas recentes das regiões vulcânicas ou de regiões onde o clima condicione severamente a meteorização. Também pode estar exposta em falésias e outrs estruturas tectónicas.

Os vários tipos de material rochoso quebrado e meteorizado que se podem sobrepor ao leito rochoso, como o solo e subsolo, são designados neste contexto como um regolito.[2][9]

No campo da engenharia geotécnica, e da geologia de engenharia em geral, a superfície do leito rochoso abaixo da cobertura do solo (regolito) também é conhecida como maciço rochoso,[10][11][12] para a distinguir do rególito superficial, e a sua identificação por métodos de escavação, perfuração ou geofísica é uma tarefa importante na maioria dos projetos de engenharia civil.

A cartografia geológica de uma área geralmente mostra a distribuição de diferentes tipos de rochas subjacentes, na realidade as rochas matriz ou rochas-mãe, rochas que seriam expostas na superfície se todo solo ou outros depósitos superficiais fossem removidos. Onde os depósitos superficiais são tão espessos que o leito rochoso subjacente não pode ser mapeado de forma confiável, os depósitos superficiais serão mapeados (por exemplo, como aluvião).[13]

Meteorização e alteração

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O leito rochoso quando exposto aos processos da meteorização, e da consequente pedogénese, sofre que alteração geológica que podem ser físicas ou químicas, que modificam a estrutura da rocha, em geral tornando-a mais suscetível à erosão. O leito rochoso também pode sofrer meteorização subsuperficial no seu limite superior, dando origem, quando as condições o permitem a saprolitos.[14]

Ver também

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Referências

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  1. Dicionário Priberam: «rocha-mãe».
  2. a b Jackson 1997, "Regolith".
  3. a b Jackson, Julia A., ed. (1997). «Bedrock». Glossary of geology. Fourth ed. Alexandria, Virginia: American Geological Institute. ISBN 0922152349 
  4. «Rocha-mãe» na Infopédia.
  5. «Rocha-mãe» in conceito.de.
  6. Swinford, E. Mac (2004). «What the glaciers left behind—the drift-thickness map of Ohio» (PDF). Ohio Geology (1). Ohio Department of Natural Resources, Division of Geological Survey. pp. 1, 3–5. Consultado em 12 de setembro de 2012. Cópia arquivada (PDF) em 2 de outubro de 2012 
  7. Ciência do solo: morfologia e gênese. [S.l.]: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 13 de dezembro de 2021. ISBN 978-85-522-1093-1 
  8. Jackson 1997, "Outcrop".
  9. Allaby, Michael (2013). «Regolith». A dictionary of geology and earth sciences Fourth ed. Oxford: Oxford University Press. ISBN 9780199653065 
  10. Geologia de Engenharia: «5. Classificação de maciços rochosos».
  11. Price, David George (2009). «The Basis of Engineering Geology». In: de Freitas, Michael H. Engineering Geology: Principles and Practice. [S.l.]: Springer. 16 páginas. ISBN 978-3540292494 
  12. McLean, A.C.; Gribble, C.D. (9 de setembro de 1985). Geology for Civil Engineers Second ed. [S.l.]: CRC Press. p. 113. ISBN 978-0419160007 
  13. «Digital Geology – Bedrock geology theme». British Geological Survey. Consultado em 12 de novembro de 2009. Cópia arquivada em 13 de dezembro de 2009 
  14. Lidmar-Bergström, Karna; Olsson, Siv; Olvmo, Mats (janeiro de 1997). «Palaeosurfaces and associated saprolites in southern Sweden». Geological Society, London, Special Publications. 120 (1): 95–124. Bibcode:1997GSLSP.120...95L. doi:10.1144/GSL.SP.1997.120.01.07. Consultado em 21 de Abril de 2010 

Bibliografia

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  • Rafferty, John P. «Bedrock». Encyclopædia Britannica. Consultado em 1 de Abril de 2019. Cópia arquivada em 29 de Julho de 2019 
  • Harris, Clay (2013). «Bedrock». In: Lerner, K. Lee; Lerner, Brenda Wilmoth. The Gale Encyclopedia of Science. 1 5th ed. Farmington Hills, MI: Cengage Gale. pp. 515–516 
  • Christiane Martin (Red.): Lexikon der Geowissenschaften A bis Edi. 500 S., Spektrum/Akademischer Verlag, Heidelberg 2000, ISBN 3-8274-0299-9.
  • Hans Murawski, Wilhelm Meyer: Geologisches Wörterbuch. 10., neu bearb. u. erw. Auflage. 278 S., Enke Verlag, Stuttgart 1998, ISBN 3-432-84100-0.
  • Heinrich Otto Buja: Spezialtiefbaupraxis Band 1 von 2: Grundlagen – Gerätetechnik – Anwendungen. Books on Demand, Norderstedt 2014, ISBN 978-3-7357-6403-4.

Ligações externas

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